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FKA TWIGS

How’s That

FKA TWIGS

source: designboom

jesse kanda has directed the video for FKA twigs‘ track ‘how’s that’. through the manipulation of computer generated imagery, the london-based designer continues to explore digital representations of the human body. distorted figures appear floating in empty space, as the music guides their movement. the fluid depictions of human limbs offer a surreal and mesmerizing image as the forms intertwine and disappear into the ephemeral sound-scape.
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source: pitchfork

In FKA twigs’ early videos, Kanda also teases the female form as something mutable. A shining, black, headless figure hangs in space, then deflates the moment twigs starts to sing in “How’s That”. The shell begins to glitch, clustering around the center of the frame, billowing in a digital vacuum. Sometimes, the shape of a hand is the only reminder that it ever was a body to begin with.
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source: muzplaynet

A inglesa Tahliah Debrett Barnett, nascida em 16 de janeiro de 1988 e descendente de jamaicanos e espanhóis, começou a ganhar espaço na cena musical aos 17 anos como dançarina, aparecendo em videoclipes de artistas como Jessie J, Ed Sheeran e Kylie Minogue. Usando o nome artístico de Twigs, ela lançou em 2012 pelo site Bandcamp o ‘EP1’, um EP com quatro faixas.

Devido a existência de outro artista com o nome Twigs, ela mudou o para FKA twigs. FKA é a abreviação da expressão em inglês “Formerly Known As”, que em tradução livre é “antes conhecida como”.

Em setembro de 2013, FKA twigs lançou o ‘EP2’ pelo Young Turks, selo que também lançou em agosto de 2014 o primeiro álbum da cantora, ‘LP1’. Situada, principalmente, dentro do gênero R&B alternativo, a jovem artista inglesa teve seu álbum de estreia aclamado pela crítica.
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source: publicopt

Uma das canções do álbum de estreia de FKA Twigs, LP1, chama-se Video girl, e não é por acaso. Por um lado é uma referência ao facto de ter sido uma das bailarinas profissionais mais solicitadas para entrar em vídeos de música pop. Por outro acaba por simbolizar também a ocorrência de a sua música conter uma forte carga imagética e de os vídeos das respectivas canções terem tido um grande impacto.

Já não constitui novidade que os videoclipes ganharam uma centralidade que parecia perdida. Até aos anos 1980, as capas dos discos e as fotos desempenhavam um papel fulcral na projecção do imaginário dos músicos. Depois surgiu a MTV e os videoclipes tornaram-se revelantes. Com o surgimento da Internet, a MTV perdeu fulgor e os vídeos, durante alguns anos, pareceram esquecidos.

Nos últimos tempos operou-se a reviravolta, com plataformas como o YouTube ou o Vimeo e as redes sociais a transformarem-se em canais de partilha de videoclipes, a maior parte deles pensados enquanto produtos de baixo custo assentes em ideias singulares.

Hoje os vídeos não são apenas uma ferramenta de promoção. São uma forma de cantores e músicos veicularem o seu imaginário, um veículo artístico fundamental que já não é dissociável da música. Fazem parte de um corpo artístico total. No caso de FKA Twigs isso é evidente. Quem vê os vídeos não dissocia a sua música das imagens e vice-versa. Fazem parte da mesma identidade, apesar de serem objectos artísticos diferentes.

FKA Twigs conhece bem o universo dos vídeos porque durante dois anos dançou em muitos deles (Kylie Minogue, Ed Sheeran, Jessie J ou Taio Cruz), sendo ainda hoje reconhecida na rua por algumas dessas imagens. Não espanta que, quando começou a cantar, de imediato os videoclipes tenham adquirido relevância no seu percurso. Tal como acontece na música, tem uma grande preocupação em participar em todos os processos artísticos, daí que tenha optado por realizar alguns dos vídeos pessoalmente ou então em regime de colaboração com outros realizadores como Nick Walker, Tom Beard ou Jesse Kanda. Foi o que aconteceu recentemente também com Nabil Elderkin (Frank Ocean, Nicki Minaj), com quem co-realizou há pouco o vídeo para Two weeks, talvez o mais ambicioso até agora, em termos de produção.

Mas os mais icónicos são provavelmente os videoclipes para a canção Water me, que co-realizou com o artista canadiano Jesse Kanda, onde o seu rosto surge retocado digitalmente, parecendo uma boneca robotizada, num efeito paradoxal de híper-humanização, ou Papi pacify, que ela própria dirigiu, surgindo nos braços de um homem, numa sensual performance física de dominação-submissão.

Esse tipo de dualidade está aliás presente em muitos dos seus vídeos, como em Hide, onde mescla os atributos feminino-masculino, numa performance que, inicialmente, parece animada por computador. E o mesmo sucede no excelente How’s that, realizado com Jesse Kanda, onde o corpo de uma mulher vai sendo desvendado graficamente até não ser mais do que massa disforme.

Em todos eles as cores jogam um papel muito importante. Por vezes FKA Twigs opta por um denso preto-e-branco, ou então pelo contraste de cores muito fortes, como o vermelho, também presente na capa do álbum.

De todas as colaborações visuais que encetou ao longo do último ano e meio, as que produziu com Jesse Kanda – que também criou a capa do disco – parecem as mais relevantes. Os dois conheceram-se através do produtor Arca (com quem Jesse partilhava um apartamento), e o imaginário de ambos ajusta-se na quase perfeição. Em quase todos os projectos artísticos de Jesse Kanda predominam as formas fluídas pós-humanas, com qualquer coisa de graficamente futurista, embora aquilo que projectem seja bem humano, misto de fragilidade, mas também de violência, mais sugerida do que declarada. Exactamente como na música de FKA Twigs.