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otavio schipper

Pocket Landscape

otavio schipper  Pocket Landscape

source: otavioschipper

The installation is comprised of four main line segments that overfill the gallery: Two train rails put directly on the floor and two utility poles connected to the local power grid that, in turn, brings energy to the sodium light bulbs – the actual lightning of the exhibition. These strong lines cut the gallery through, surpassing walls and ceilings, and evoke the Cartesian plane: the rails and poles play the role of the x and y axes of a graph, transfiguring the exhibition space into a geometric cube, the area of mathematical abstraction and rationalization.

Issues of scale, space and bodily perception arise here. When the spectator enters the gallery, the mere presence of the wooden pole makes the eyes immediately go up. The sight is constantly driven up and down, far and close, and the visitor is impelled to connect the lines and points, seeking for a sense. Even a complete mental image of the whole Landscape is an impossible task, for the poles, rails and wiring do not fit the gallery: the site specific Landscape exceeds the site.

The wooden poles and bare rails remind of the early processes of mechanical development and modernization. Electricity is brought from the street, contaminating the fray space with the urbanicity of a megacity like São Paulo. It spreads itself and invades each and every location, thus interrupting any possibility of isolation and suffocating spaces of subjectivity.
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source: galeriamillancombr

Uma paisagem composta apenas por elementos essenciais ocupa o espaço expositivo da Galeria Millan durante a individual de Otavio Schipper. Quatro meros segmentos de reta – trilhos assentados diretamente sobre o chão e dois postes de eletricidade ligados à rede elétrica municipal – formam essa Pequena Paisagem, título da exposição que poderia muito bem se chamar, de acordo com o artista, “paisagem sem paisagem”.
A simplicidade da instalação de Schipper nos remete ao plano cartesiano: os trilhos e os postes podem fazer as vezes dos eixos x e y de um gráfico qualquer, transfigurando o espaço expositivo em espaço geométrico, área de abstração e racionalização matemática. A construção da instalação a partir dos elementos símbolo das duas primeiras revoluções industriais sinaliza para os processos de desenvolvimento científico que as sociedades ocidentais experimentaram na modernidade, ruptura que desencantou o mundo, dominado pela razão utilitarista e teleológica do progresso.
Esta Pequena Paisagem traz uma relação entre o dentro e fora: além de a Galeria ver-se ocupada por instrumentos que devem ficar em espaços externos, os equipamentos são de fato funcionais e transmitem diretamente, para dentro, energia que circula entre os demais postes situados na rua. Se, por um lado, a transmissão traz em si ideias como fluxo e comunicação, a instalação comporta uma dimensão melancólica. Para o artista, o trabalho “evoca a imagem da cidade que se alastra e invade o espaço privado, da energia que se faz presente em qualquer ponto do universo, da impossibilidade de isolamento”. A exigência de se estar sempre conectado sufoca o espaço da subjetividade em meio ao ruído do mundo.