Marcel·lí Antúnez Roca
Metamembrana
A projeção representa uma paisagem em que num único panorama somam-se quatro projeções na horizontal em uma proporção de 16/3. Inspirado nos retábulos dos mestres flamengos Hyeronimus Bosch e Pieter Bruegel, a paisagem reproduz colinas, cidades, céus, mares e uma grande quantidade de situações protagonizadas por diferentes personagens. Não se trata de uma situação estática como daquelas pinturas, mas sim de uma colagem animada e variável vinculando o comportamento interativo das interfaces. A projeção dispõe de diferentes estados ou camadas, até sete, que resultam em uma grande diversidade interativa. As interfaces ou dispositivos sensíveis são ativados pelos espectadores que se convertem em usuários da instalação tanto no âmbito local como no resto das cidades. A interação também se produz por outros parâmetros, como o clima ou certos comportamentos sociais. Metamembrana tem uma clara vontade de estabelecer elementos de identificação com o espectador para fazê-lo participar da obra. Estão previstas três estratégias para consegui-lo: a primeira, previamente, mediante a produção de conteúdos in situ, em cada uma das cidades, com entidades e elementos próprios do lugar. A segunda, durante a exposição inserindo imagens dinâmicas como, por exemplo, câmeras conectadas a vários pontos da cidade ou capturas das faces de alguns espectadores. E a terceira, de maneira pontual, produzindo elementos ao vivo em cada uma das cidades que se retransmitem pela rede durante o período de exibição da peça.

