timeless

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Marcelo Tinoco, com sua série denominada “Timeless”. Num conjunto de 8 grandes ampliações no formato 1 metro por 1 metro e meio (quase), os trabalhos de Tinoco se valem da alta definição possibilitada pela tecnologia digital para imprimir suas cenas “fora do tempo” em jato de tinta sobre papel de algodão. São fotos de cenas bucólicas ou quotidianas – ou mesmo de aparente ação surrealista – captadas em grande perspectiva, em planos bem abertos e aprofundados. Com a utilização do digital, Tinoco conseguiu reproduzir essas cenas com alta densidade pictórica, flertando em cada uma delas com algum mestre da pintura Renascentista ou do Classicismo Europeu. Pintores como Canaletto – fiel retratista da cena veneziana do século XVIII – ou o inglês John Constable, famoso por suas paisagens românticas plenas de fumo e fog. Ou ainda um certo ar de realismo fantástico oriundos de séries de TV à la “Lost”, presente nas obras tiradas no High Line Park de Nova York.

Ao ver as fotografias de Marcelo Tinoco penso como não podemos criticar a priori os recursos tecnológicos que só a fotografia digital possibilita. Pois, nesse caso, temos a tecnologia a serviço de um artifício bem sucedido, o de transformar um registro fotográfico numa reprodução figurativa que não está nem na dimensão do surreal, nem do ultra-realismo. São enormes poemas imagéticos, sonhos poéticos…