TERESA MARGOLLES
Aire/Air
source: artesmundiorg
ERESA MARGOLLES’ WORK FOCUSES ON THE COLLECTIVE TURMOIL OF THE NORTHERN MEXICAN SOCIAL EXPERIENCE WHERE DRUG-RELATED ORGANIZED CRIME HAS RESULTED IN WIDESPREAD VIOLENCE AND MURDER.
Anonymous traces of past lives, burial and memory are drawn together in her practice. Since graduating with a diploma in forensic medicine in the late 1990’s, Margolles has examined the economy of death, whereby the morgue and dissecting room bear witness to social unrest.
For Margolles, sculptural installations and performance bring the physical reality, and materiality, of death to the fore. Typically activating the blind spots of our imagination, Margolles collapses the distinction between art and reality, as in her work for the Venice Biennale in 2009 where the floor of the exhibition space was mopped continuously with water from a morgue in Mexico. By means of artistic intervention, Margolles brings attention uncharacteristically close to our understanding and relationship with death.
Teresa Margolles examines the economy of death through sculptural interventions and performances, having trained in forensic medicine and worked in a morgue. Plancha and Sonido de la primera incision torácica durante la autopsia a una victim de asesinato (Sonidos de la morgue) are both ‘multisensory’ sculptures. In Plancha water, which has been used to cleanse dead bodies in a Mexican morgue, drips from the ceiling onto hotplates. each drop evaporates on impact with a noticeable hiss. The work narrates the transition in death from present to absent and the processes of decomposition. Ultimately it honours the anonymous lives that have been lost. Sonido de la primera incision torácica durante la autopsia a una victim de asesinato (Sonidos de la morgue) continues the exploration of death through the morgue context. Visitors were invited to an intimate experience of the sounds of an autopsy through a single set of headphones.
In stark contrast to the multisensory engagement of her other two works, 32 años. Levantamiento y traslado donde cayo el cuerpo asesinado del artista Luis Miguel Suro is mute. This piece has been pivotal in terms of the direction Margolles’ work has taken, exploring the impact of violence, and how it permeates into everyday lives. Taken from the studio of a close friend, it is a section of floor on which he was found murdered. The empty surface, which has borne witness to a horrific crime, marks the absence of the person, showing loss as a result of the act rather than evidence of the act itself.
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source: mor-charpentier
Teresa Margolles was born in1963 in Culiacan, Sinaloa, Mexico. She currently lives and works in Mexico City.
She was originally trained as a forensic pathologist – she holds a degree in Forensic Medicine and Science of Communication from the Universidad Nacional in Mexico.
Teresa Margolles’ works examine the social causes and consequences of death. For Margolles, the morgue accurately reflects society, particularly her home area where deaths caused by drug-related crimes, poverty, political crisis and government’s brutal military response have devastated communities. She has developed a unique, restrained language in order to speak for her silenced subjects, the victims discounted as ‘collateral damage’ and nameless statistics.
Her work has been shown internationally in institutions such as the Tate Modern in London, England (2012); the MALBA Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Argentina (2008); the Museo del Barrio (2008) and The Brooklyn Museum of Art (2007) in New York, US; the Kunsthalle in Vienna, Austria (2007); the Centre d’Art Contemporain of Brétigny, France (2006), The Museum für Moderne Kunst of Frankfurt, Germany (2004); P.S.1/MoMa in New York, US (2002); the Kunst-Werke in Berlin, Germany (2002) and the South London Gallery, England (2002) among others. She has participated in many Biennials as Basel (2013), Berlin (2012), Moscow (2007), Liverpool (2006), Prague (2005), Mercosur (2003) and Cuenca (2002). Her presentation What Else Could We Talk About? was notably shown at the Venice Biennale in 2009, as part of the 53rd International Art Exhibition, Making Worlds, Mexican Pavilion, curated by Cuauhtémoc Medina.
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source: publicopt
Ao longo de anos a artista plástica mexicana Teresa Margolles fez pesquisa numa das mais perigosas cidades do mundo: Juárez. No Centro Dos de Mayo, nos arredores de Madrid, somos testemunhas. E temos responsabilidades.
Ruas vazias à noite, carros que não param nos vermelhos em pleno dia, portas e janelas gradeadas, paredes e árvores com buracos de bala, adultos, jovens e crianças que não jantam fora, não dançam nas discotecas, não brincam nos jardins, todos sempre a olhar por cima do ombro, a sentir-se em perigo. São milhares de assassinatos, sequestros, violações, espancamentos e roubos, milhões a circular em tráfico de drogas, armas, pessoas, órgãos…
El Paso fica logo ali – mas do lado de lá da fronteira norte-americana, no Texas. Aqui, do lado mexicano, Juárez é uma das cidades mais perigosas do mundo. Morre-se mais e às vezes pior do que em muitas zonas de guerra.
As estatísticas de 2013 apontam para cerca de 124 mil focos habitacionais abandonados – os testemunhos silenciosos da fuga da população; 250 mil pessoas que partiram, se imaginarmos um casal por casa – serão mais…
“20 mortos no primeiro fim-de-semana”, lê-se na manchete de 4 de Janeiro de 2010 do PM, o jornal local com que Teresa Margolles forrou toda uma sala da exposição que tem no Centro de Artes Dos de Mayo, em Móstoles, nos arredores de Madrid.
Os títulos são a vermelho: “Executam outro estudante”, “Voltam a mutilar executados”, “Matam 32 no fim-de-semana”, “Massacrados no hospital”, “Estudantes voltam em caixões”, “Jornada sangrenta: mais 22 ontem”, “Três mulheres esta manhã, 6 em 24 horas”, “Matam 3 polícias em 10 horas”, “Foram 131 polícias este ano” …
É isto. E as variações mais optimistas: “Ontem só houve dois homicídios”, lê-se na manchete de 14 de Janeiro de 2010 do PM.
Estima-se que 2010 tenha sido o ano mais violento de Juárez – 3700 assassinatos, segundo dados oficiais; quer dizer que podem ter sido mais… Agora, quatro anos volvidos, supostamente as coisas melhoraram. Mas o passado não pára de se fazer presente. Como num fantasmático loop em que três crianças do pior bairro de Juárez espalmam o rosto contra a câmara de Margolles e perguntam uma e outra vez: “Cómo salimos de aquí?”
“Como saímos daqui?”, querem elas saber. E nesta exposição isso é tanto sobre um mundo de corrupção e violência como sobre o ecrã dentro do qual estas crianças não passam de assombrações a tentar atravessar do mundo dos mortos que não contam nada para o mundo dos vivos que visitam museus na Europa e nos Estados Unidos.
No último parágrafo de um dos textos do catálogo, a comissária María Inês Rodriguez resume o arrepio que nos percorre: “Esta exposição confronta-nos com a responsabilidade daquele que vê, com o papel que este joga na escrita da história e, ainda mais, na busca colectiva da verdade.”
É o ponto a partir do qual a prática artística de Teresa Margolles se estrutura: o confronto – com a morte, a violência, a degradação do valor da vida, dos corpos… Isto a partir de um levantamento da realidade no norte do México. A zona onde ela própria nasceu – em 1963, em Culiacán, a maior cidade do estado de Sinaloa.
Ao contrário do que acontece no estado de Chihuahua, onde fica Juárez, o estado de Sinaloa não faz fronteira com os Estados Unidos. No entanto, Culiacán é a cidade-sede do mais poderoso cartel mexicano: o Cartel de Sinaloa, presente em 17 estados mexicanos (para não falar nos norte-americanos…). Acredita-se que sejam os “narcos” e sicários desta Aliança de Sangue a dominar Juárez. E há cerca de 10 anos que Margolles visita regularmente a cidade para trabalhar a partir da sua realidade.
Num dos trabalhos com que abre a sua exposição do Centro Dos de Mayo, a artista apresenta entrevistas realizadas entre 2010 e 2013 a moradores da cidade com diferentes idades e estratos sociais. Falam sobre as suas casas.
O casal Cruz, de 60 anos, recorda como, um dia, 12 ou 14 homens encapuzados entraram e os espancaram, humilharam e roubaram – acabaram por descobrir ter sido um grupo de agentes federais. Doña Lola, de 65 anos, explica como quer ainda visitar o apartamento onde mataram a filha, uma noite, quando ela tinha acabado de deitar os cinco filhos menores. Alondra, de 14 anos, que vive com a avó, fala sobre como não consegue entrar na sua primeira casa – onde vivia com a mãe quando esta foi assassinada e ela própria espancada.
Libertad, de 19 anos, Carla, de 60… Todos os testemunhos são sobre perda.
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source: culturacolectiva
Nacida en Culiacán, Sinaloa en 1963, Teresa Margolles estudió Arte en la Dirección de Fomento a la Cultura Regional del Estado de Sinaloa (DIFOCUR) y Ciencias de la Comunicación en la Universidad Nacional Autónoma de México. También recibió un diplomado en Medicina Forense en el Servicio Médico Forense. En 1990, la artista fundó el grupo SEMEFO (abreviatura para Servicio Médico Forense) con Arturo Ángulo Gallardo, Juan Luis García Zavaleta y Carlos López Orozco. En un principio, el grupo se dedicaba a hacer performance, pero poco a poco entraron en la escena del arte montando su primera exposición en 1993. Desde entonces, Margolles ha recibido varios reconocimientos entre ellos dos becas del Fondo Nacional para la Cultura y las Artes para Jóvenes Creadores, un premio de Adquisición en la VII Bienal de Cuenca en Ecuador y una Mención Honorífica en la Bienal del Noroeste en Culiacán, Sinaloa.
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source: elculturales
Teresa Margolles (1963) nació en Culiacán, una pequeña ciudad al noroeste de México, capital de Sinaloa. Desde hace años, la cuna de los capos del narcotráfico mexicano. Un lugar atestado por el crimen organizado. Su contexto más inmediato. Cuenta que durante su infancia allí tropezaba constantemente con animales muertos por la calle. En especial recuerda a un caballo así como el proceso de descomposición de su cadáver. Una tarde, explica, cogió una piedra y la tiró sin dilación sobre el vientre del animal, que se abrió dejando escapar decenas de polillas. Fue el punto de arranque de un trabajo que la ha llevado a ser una de las artistas mexicanas más importantes. Un trabajo siempre vinculado a la violencia de su país, así como a la experiencia directa de la fisicidad de lo corporal y la muerte. A los afectos y los efectos producidos por los escenarios del conflicto social en México.