JOY DIVISION
חטיבת שמחה
ジョイ·ディヴィジョン
STILL
source: beatrixprobr
Eles foram a banda mais cultuada dos anos 80. Culpa do vocalista Ian Curtis e de suas posturas teatrais no palco. Culpa também de suas letras sofridas e do som opressivo. E o grupo virou mito quando Ian resolveu dar cabo de sua vida e se enforcou, aos 23 anos e às vésperas de embarcarem para a primeira excursão pela América. Ian deixou então o plano real para ocupar um status de lenda e de “poeta maldito do rock”. Seus fãs choraram, desesperados. Os demais integrantes do Joy e a gravadora Factory, o esfolariam vivo, se fosse possível. Com a morte de Ian, nascia o New Order. Mas jamais poderia suprir a ausência e as letras de Curtis.
Como uma banda evolui de um grupo punk tosco até atingir uma maturidade e uma personalidade tão forte e surpreendente em pouco mais de dois anos, sem mudar os integrantes?
Como é possível que nesse curto espaço de tempo produzissem praticamente três discos de estúdio (apenas o primeiro foi lançado com o grupo em atividade) impecáveis e com letras tão profundas? De onde tiraram inspiração para canções perturbadoras como “She’s Lost Control” ou “Love Will Tear Us Apart” e ainda assim, as fazerem belas e emocionantes?
Para muitos, o grupo não existiria sem o produtor Martin “Zero” Hannett, o homem que colocou o baixo à frente no som e criou uma técnica de gravação em que o próprio baixo e a bateria fossem os instrumentos principais. Mas essa é apenas uma das particularidades do Joy Division, grupo que durou menos de três anos e deixou uma marca tão profunda que até Hollywood está produzindo um filme sobre eles. E antes que muitas bobagens sobre a banda sejam perpetuadas, quero deixar minha contribuição sobre eles. E a história só poderia começar com…
1 – Ian Kevin Curtis
Ian nasceu no dia 15 de julho de 1956, no Memorial Hospital, Old Trafford, em Manchester.
Quando criança fez escola primária em Macclesfield. Ian teve um importante espelho em seu pai, Kevin, que era detetive de polícia e escritor amador, nas horas vagas, tendo produzido algumas peças de teatro, que jamais foram encenadas.
Ian era uma criança atenta, esperta e que adorava histórias de gladiadores. Adorava ler e ouvir música ao lado de seu melhor amigo, Tony Nuttall. Gostavam de andar com garotos mais velhos e preferiam ouvir Rolling Stones e The Who a Beatles.
Ainda menino, resolveu formar um grupo de rock para se divertir ao lado de Tony, Peter Johnson e Brian McFaddian.
Nessa época optou por tocar baixo, enquanto Tony era o baterista. Brian assumiu a guitarra e Peter, dedilhava o piano usando um lápis.
Continuou seu estudos em Macclesfield, conseguindo ingressar no King’s School. Apesar de simpático, Ian não se misturava muito com os colegas e morria de vergonha de seu rosto redondo de criança, onde se destacavam suas bochechas. Era também muito alto para sua idade, e foi também na escola que começou a fumar compulsivamente.
Ian odiava as normas rígidas de horário da escola e começava a mostrar sinais de rebeldia, embora soubesse dissimular o sentimento. Suas tardes eram passadas em seu quarto, ouvindo discos de MC5, Velvet Underground, Roxy Music e David Bowie, seu grande ídolo. Sonhava em ser um “rebelde sem causa” como James Dean e chegou ao cúmulo de comprar uma jaqueta vermelha igual a que o ator usou em Juventude Transviada.
Sua paixão pela música era igual ao amor pelo cigarro e bebidas e como tinha pouco dinheiro, constantemente saía com um casaco bem largo e andava pelo mercado aberto de Macclesfield, onde roubava discos de uma barraquinha da feira. Curiosamente, muito desses discos eram revendidos ou trocados por outros na semana seguinte, sem que o dono desconfiasse. Também conseguia roubar bebida e ao sair da loja, mantinha uma simpática conversa com a dona do estabelecimento, que encantada com o garoto, lhe dava sempre um chocolate.
Às vezes saía para beber pelas ruas com Tony e para paquerar as meninas. Sua altura e seu papo mais sério, faziam aparentar mais do que os 14, 15 anos que realmente tinha.
Obviamente que o vício não ficou resumido apenas às bebidas e cigarros e Ian começou a experimentar drogas, cheirando cola e fumando maconha. Apesar de tanto tempo para vadiagem, Ian era um excelente aluno, chegando até a ganhar prêmios na escola. No entanto, nunca falava em seguir uma carreira ou ir para a universidade. Seu sonho já era ser um astro da música, embora alguns amigos o gozassem já que nunca ensaiava ou escrevia canções.
Um dos ídolos de Ian era Jim Morrison. Mais do que a música dos Doors, o que mais fascinava o jovem era o fato de que o vocalista tinha morrido apenas com 27 anos. Ian tinha especial atração por artistas que morriam antes de completar 30 anos. Alguns o ridicularizavam, mas há quem diga que essa foi uma das primeiras “pistas” de que Ian iria morrer cedo.
Aos 16 anos, Ian estava completamente viciado em qualquer tipo de droga disponível. Quando a escola instituiu que os alunos deveriam prestar um serviço social aos idosos da cidade, Ian ainda assim, não deixava de se drogar. O tal serviço consistia em visitar os idosos em casa ou em asilos. Nesses dias, ele e Tony encharcavam seus lenços com líquidos de limpeza e cheiravam sem que os velhinhos percebessem. Com isso, passavam a tarde toda rindo e eram considerados “meninos adoráveis” pelos mais velhos.
Mas o abuso começou a causar problemas maiores até que um dia seu pai foi chamá-lo e o encontrou desmaiado. Correu com Ian para o hospital onde teve que se submeter a uma lavagem estomacal. Ian havia tomado uma overdose de comprimidos e só não foi punido pelos pais porque disse que havia ingerido de brincadeira.
2 – Ian conhece Deborah
Aos 17 anos, Ian era um garoto extravagante, usando maquiagem, olhos pintados, unhas idem e cabelo comprido. Sua solidão passou a ser dividida com Tony e Deborah, a namorada de seu amigo. Os dois iam ao quarto do dublê de músico, onde ficavam ouvindo música no pequeno, mas extremamente organizado quarto de Ian. Os dois amigos mantinham uma atitude respeitosa com Deborah e nunca usavam qualquer tipo de narcótico na presença dela. Apesar de Deborah não ter achado Ian particularmente bonito, gostava da maneira apaixonada pela qual falava de música e achava que ele tinha um gosto mais apurado do que qualquer pessoa que já conhecera.
Deborah lembra um episódio que mudaria completamente a vida de Ian, e consequentemente, a sua: os três haviam ido até o Park Green, em Macclesfield assistir uma banda local tocar. O grupo usava luz estroboscópica na apresentação e de repente, Deborah e Tony notaram que Ian havia sumido. Ao olharem para o chão, viram Ian deitado no chão encolhido e se contorcendo: estava tendo um ataque epilético. Ian foi levado rapidamente para um lugar onde pudesse se recuperar.
Deborah acabou trocando de lado e se tornou a namorada de Ian. Tony, que já não gostava de alguns amigos de Ian, acabou rompendo uma amizade que durava desde a infância.
Com uma pessoa para cuidar de suas coisas e uma namorada em tempo integral, Ian começou a se mostrar extremamente genioso, possessivo e mandão.
Deborah não tinha liberdade para se vestir como quisesse ou mesmo conversar com qualquer outro rapaz.
Em 1973, a família Curtis mudou-se para Macclesfield, mas meses depois voltaram para Manchester, já que Ian não queria mais continuar estudando em King’s School.
Depois que desistiu de estudar, começou a procurar um emprego e o primeiro que achou foi em uma loja de discos chamada Rare Records. Ian sonhava com uma vida diferente e não queria mais morar com seus pais. Junto com Deborah, começaram a economizar dinheiro para se casarem, o que acabou acontecendo no dia 23 de agosto de 1975.
3 – Nasce o Warsaw
Em 1976, Ian começou a pensar seriamente em uma carreira musical, mas não encontrava com quem tocasse e estava desanimado. Tentando desesperadamente achar alguém colocou um anúncio em um semanário musical atrás de pessoas interessadas e assinou como Rusty. Uma única pessoa respondeu o anúncio: Iain Gray.
Os dois resolveram rodar Manchester atrás de outros integrantes para formar um grupo. No dia 20 de julho, um grande acontecimento o marcou: um show de uma banda novata e que daria o que falar, os Sex Pistols.
A banda iria tocar no Lester Free Trade Hall e era a segunda apresentação do grupo na cidade. Ian havia perdido a primeira, mas não desperdiçou a chance novamente.
Os Pistols haviam sido trazidos pela figura mais importante da nova cena rock de Manchesters, Howard Devoto, integrante dos Buzzcocks. Foi nesse show que pela primeira vez Ian estabeleceu contato com Bernard Dicken, Peter Hook e Terry Mason.
Alguns meses depois, a excursão “Anarchy Tour” formada pelos Pistols, The Clash e The Heartbreakers de Johnny Thunders, aporta novamente em Manchester para outro show, no dia 9 de dezembro.
Lá estavam novamente Bernard, Peter e Terry. Os três tinham uma banda chamada Stiff Kittens (Gatinhos Rijos). A origem desse nome é acompanhada por duas versões: alguns dizem que Pete Shelley dos Buzzcocks é que batizou o grupo dessa forma, mas Bernard jura que o nome foi sugerido quando uma garota chamada Lou, e que morava com Devoto e Richard Boon (empresário dos Buzzcocks), dizendo que no andar de cima havia um monte de “gatinhos durinhos” já que a gata havia abortado. O nome foi rapidamente descartado por soar apenas como mais um grupo punk qualquer.
Tanto Peter como Bernard e Terry eram amigos desde a infância. Eles tinham se animado com a nova possibilidade que o movimento punk abria para grupos sem experiência, mas cheios de vontade, de se arriscarem. Os três colocaram um anúncio no jornal da Virgin Records procurando um vocalista. Ian respondeu e dessa maneira nascia o Warsaw. Iain havia sido descartado.
O nome foi tirado da canção “Warszawa” de David Bowie, lançada no disco Low em janeiro de 1977.
A primeira providência foi definir a função de cada um. Terry já tinha seu kit de bateria, e ficou no posto. Bernard sabia alguns acordes primários de guitarra e ficou sendo o guitarrista. Peter assumiu o baixo e deixaram com Ian a função de cantar e escrever as letras. Consta que a primeira canção do grupo logo surgiu, e se chamava “Gutz”.
4 – Abrindo para os Buzzcocks
Mesmo sem qualquer experiência de palco e com poucas canções, o grupo teve um convite para abrirem um show dos Buzzcocks. Richard Boon acabou optando pelo Warsaw, argumentando que existiam poucas bandas locais e que queria ajudar no desenvolvimento da cena de Manchester. O show estava marcado para o dia 29 de maio no Electric Circus.
O grupo ficou maluco quando soube que no cartaz do show haviam colocado o nome Stiff Kittens, já que Boon desconhecia que haviam mudado de nome.
Além do nome, o grupo havia mudado um integrante, já que nessa noite o baterista acabou sendo Tony Tabac, que mal havia ensaiado com o grupo. O show foi acompanhado por um corresponde do semanário NME, Paul Morley que os descreveu como uma banda que ainda tinha muito a mostrar e que contavam com um integrante de bigode (Peter Hook). Concluiu o artigo dizendo que esperava mais deles nos próximos meses.
O grupo, mesmo sem dominar seus instrumentos adequadamente, realizou esparsas apresentações nos meses de junho e julho, com Mason, Tabac e Steve Brotherdale na bateria.
E Steve entrou justamente nos dias em que gravaram a primeira demo com quatro músicas: “Inside the Line”, “Gutz”, “At a Later Date” e “The Kill”. A gravação aconteceu no dia 18 de julho no Penine Sound Studios.
No meio das gravações, Brotherdale havia sido convidado pelo grupo Panik para gravar um single. Steve saiu do grupo e em uma festa, dias depois, tocou o single para Ian e pediu que ele entrasse para a banda.
Ian não conseguiu encaixar sua voz e, ao mesmo tempo, sentiu que não estava sendo correto com os demais integrantes do Warsaw. Acabou deixando a festa e ficou na banda. Dias depois, Brotherdale ligou e avisou que não tocaria mais com eles.
Desesperados, deram a sorte de encontrar um antigo aluno da King’s School e que havia sido expulso de lá na mesma semana em que Ian teve sua overdose por comprimido. Seu nome era Stephen Morris. Curiosamente, Stephen foi obrigado a deixar a escola devido ao abuso de xarope contra tosse.
5 – Financiando o primeiro disco
Em outubro, acontece uma apresentação que iria mudar a vida do grupo: no dia 2 de outubro, participaram de um festival no Electric Circus com grupos novos. As apresentações aconteceriam nos dia 2 e 3. O grupo queria tocar desesperadamente na primeira noite, mas acabaram perdendo a vez para um grupo formado apenas para o ocasião, os Negatives que contava com o mesmo jornalista do NME Paul Morley e por Richard Boon. O Warsaw foi escalado para a segunda noite e foram os últimos a pisar no palco, já na madrugada do dia 4.
O grupo conseguiu uma pequena polêmica quando Bernard fez um comentário sobre o criminoso nazista Rudolf Hess, que havia sofrido um enfarto na prisão de Spandau, em Berlim e estava ganhando simpatia via imprensa. Bernard queria alertar para o renascimento do nazismo em algumas partes na Europa, mas o que conseguiu foi que o Warsaw acabasse sendo taxado como um grupo simpático ao antigo regime de Hitler.
Esse show teve todas as apresentações gravadas, e posteriormente virou um disco. Short Circuit – Live At the Electric Circus, lançado em 9 de junho de 1978 e contava com faixas do The Fall, John Cooper Clarke e uma do Warsaw. “At A Later Date” foi a escolhida e decepcionou o grupo, pois não era, nem de longe, a melhor canção que tinham.
Mas a banda continuou fazendo shows, mesmo sem terem uma segurança financeira. A solução para seus integrantes era manter um emprego das 9 às 5 da tarde como qualquer mortal e ensaiarem na parte da noite.
Ian trabalhava como assistente social e era obrigado a freqüentar um curso para administrar seus ataques epiléticos, que aconteciam com certa regularidade, embora estivessem sob controle no período.
Com um repertório já montando, ainda que em bases rudimentares, resolveram entrar em um estúdio para gravarem um disco.
Ian fez então um empréstimo pessoal em um banco, de 400 libras, com a desculpa de que necessitava comprar uma nova mobília para sua casa. Cada integrante também contribuiu e em dezembro estavam no Pennine Studios mais uma vez para gravarem um EP, com quatro faixas.
O dono do estúdio T. J. Davidson se ofereceu para produzir e financiar a banda, mas a idéia foi rechaçada pelo grupo e especialmente por Peter Hook, que considerava Davidson um idiota. Quatro canções foram escritas: “Warsaw”, “No Love Lost”, “Leaders of Men” e Failures (of the Modern Man).
As gravações ficaram com uma péssima qualidade sonora, o que dificultou a comercialização do disco, que havia sido praticamente uma criação coletiva do grupo, com a capa sendo feita por Bernard e a impressão arranjada por Stephen.
O Warsaw acabaria exatamente na noite de Ano-Novo de 1977 após um show em Liverpool. E assim nascia o Joy Division…
6 – Prostitutas para os Nazistas
Em janeiro de 1978 a banda teve uma péssima notícia: um grupo londrino chamado Warsaw Pakt havia lançado um disco. Para não serem confundidos com eles, o grupo optou por um nome diferente: Joy Division. Se com Warsaw eram acusados de serem neo-nazistas, o novo nome jogou mais lenha na fogueira: ele havia sido extraído de um livro sado-masoquista chamado de The House of Dolls. As “divisões da alegria” nada mais eram do que um lugar, onde prostitutas e prisioneiras eram mantidas vivas para o prazer dos oficiais nazistas.
Com o novo nome, a banda debuta no dia 25 de janeiro no Pip’s de Manchester, em um dia que Ian Curtis foi expulso da casa por causar confusão quando tentava tirar cacos de vidro do palco após a apresentação dos The Stance.
Ian foi enxotado e berrava para o porteiro que precisava entrar, já que era o cantor do grupo principal da noite. “Por mim você pode ser o Papa, mas aqui não entra”, respondeu o gorila da entrada. A confusão só foi resolvida 15 minutos antes de começar o show.
Mas não foi apenas Ian que aprontou: Peter literalmente voou em cima de uma pessoa da platéia, causando uma tremenda confusão. O repertório dessa noite constou de “Leaders of Men”, “Warsaw”, Failures (of the Modern Man), “Reaction”, “Inside the Line”, “Ice Age”, “Days of the Lords” e “Novelty”.
Logo após o show, Ian entregou uma cópia de An Ideal for Living para Derek Brandwood, que trabalhava na RCA. Derek prometeu que iria conseguir um contrato para o grupo no selo e ele realmente levou o EP para a gravadora, que não mostrou interesse. O grupo sentia falta de um empresário, função que o antigo baterista Terry Mason tentava desempenhar, mas com pouco sucesso.
7 – Aparecem Rob Gretton e Tony Wilson
Fizeram outro show nos Rafters, em um concurso de bandas. Lá, teriam a noite que mudaria a sorte de vez do grupo. Logo na entrada, Ian esbarrou propositadamente em Tony Wilson, que tinha um programa na televisão Granada e grita: “seu filho da puta, você levou os Buzzocks, Sex Pistols e Magazine para seu programa. E quando nós iremos?” Tony garantiu que eles seriam os próximos, já que havia falado do grupo. Animados, partiram para sua apresentação, que mais uma vez foi caótica pois entraram no palco apenas as duas da manhã, já bêbados e irritados. Tocaram apenas três canções, mas chamaram a atenção de Rob Gretton que resolveu se tornar o empresário do grupo.
No entanto, bem antes de Rob resolver tomar conta do grupo, Ian tentava um contrato para o Joy Division. O vocalista começou a faltar ao trabalho para se encontrar diariamente com Derek e Richard Sealing. Sealing acabou trazendo John Anderson para ajudar o grupo a conseguir uma gravação. Tudo começou a melhorar quando apareceu Bernie Binnick da Swan Records, que procurava um novo grupo para lançar no mercado norte-americano. Coube a Ian arranjar um encontro entre Richard, John, Bernie e o Joy Division.
O grupo queria gravar novamente e ficou aliviado quando soube que não precisariam bancar as despesas. E quando Peter Hook levantou a questão de quem iria produzir ou quais canções seriam usadas, foi desprezado. Os empresários entraram com 500 libras cada um e definiram que iriam gravar nos estúdios Greenwood. John Anderson seria o produtor, mas logo sentiu que os problemas seriam grandes quando passaram dois dias tentando encontrar uma equalização para a voz de Ian.
O grupo tinha separado dez canções novas e aceitaram pegar um tema sugerido pelo produtor – “Keep on Keepin’ On” de N. F. Porter – que a banda reescreveu, aproveitando o riff e compondo “Interzone”. As canções que foram gravadas e que fariam parte do primeiro disco eram: “The Drawnback”, “Leaders of Men”, “Walked In Line”, “Failures”, “Novelty”, “No Love Lost”, “Transmission”, “Ice Age”, “Interzone”, “Warsaw” e “Shadowplay”.
Uma das broncas de Ian é que Anderson queria que ele cantasse em um ritmo mais solto, como se fosse James Brown!
Um contrato entre o grupo e os empresários foi assinado via RCA, mas logo Bernard se sentiu incomodado com a baixa porcentagem de lucros que era destinado ao grupo e consultou Richard Boon, que aconselhou ao grupo pular fora da empreitada.
As gravações aconteceram nos dias 3 e 4 de maio e no último dia, Anderson tentou colocar sintetizadores em algumas canções do grupo para tentar diluir o som excessivamente punk do Joy Division. Mas a falta de unidade entre os dois lados era visível e logo se separaram.
Foi Bernard quem introduziu Rob ao grupo. Certo dia, Gretton foi visitar o guitarrista em sua casa, já que continuava interessado em ser o empresário do grupo.
Bernard explicou a situação que tinham assinado e estavam gravando um disco. Bernard o acabou convidando para ir a um ensaio no domingo e quando lá chegou, o guitarrista anunciou para o grupo que eles tinham um novo empresário.
Rob tinha atuado como empresário e co-produtor do primeiro single do Panik, banda de Steve Brotherdale.
Rob era considerado uma pessoa que não prometia nada, mas que trabalhava duro quando precisava. Espertamente preferiu esperar um desfecho do contrato que haviam feito com a RCA. Enquanto a banda esperava, impaciente, que algo acontecesse em relação ao disco, Rob resolveu agir por conta própria e mandou confeccionar seis mil broches com seis variações do nome Joy Division. Metade era em fundo preto e a outra metade em fundo branco.
Ao mesmo tempo, resolveu conversar com Tony Wilson que estava montando um clube chamado Factory, para promover as bandas locais. Usando sua imagem de apresentador do programa So It Goes, Wilson deu uma oportunidade para que grupos como Durutti Column, Cabaret Voltaire, The Fall, Big In Japan e o Joy Division se apresentassem.
Em junho, o grupo resolveu lançar por conta própria, 5 mil cópias do EP An Ideal for Living em sete polegadas, através de um selo próprio, Enigma. Mas qual não foi a surpresa ao descobrirem que já existia uma gravadora com esse nome e precisaram mudar de nome, novamente!
Em agosto, o grupo recebeu um telefonema da RCA. O selo havia optado em lançar o disco que haviam gravado nas seguintes condições: não receberiam nada de adiantamento e só faria um segundo disco se a vendagem desse disco fosse boa. O grupo ficou irritado com a oferta, pois o repertório estava em evolução e consideraram uma grande falta de respeito. Rob assumiu então as negociações, exigindo 10 mil libras de adiantamento e 15% de royalties, contra os 4% oferecidos inicialmente. Anderson se irritou e mandou Gretton se foder. Finalmente um acordo foi feito e a banda desembolsou 850 libras para poderem ficar com a posse das fitas mestres e estavam livres para procurar uma nova casa.
Quando resolveram relançar o disco por um novo selo batizado de Anonymous Records, optaram por mudar a capa já que a primeira havia sido claramente desenhada inspirada na juventude hitlerista.
Assim sendo, o EP ganhou nova embalagem e aproveitaram que as músicas haviam sido gravadas nos estúdios da RCA e prensaram o disco com uma qualidade superior. Foi essa cópia que distribuíram para a imprensa após um show na Factory, no dia 20 de outubro, quando abriram para o Cabaret Voltaire.
Curiosamente as 1200 cópias prensadas possuíam o nome das duas gravadoras do grupo (Enigma e Anonymous) em endereços diferentes (a primeira na casa de Rob e a segunda na de Morris), mas com o telefone de contato sendo apenas o de Rob. Os EPs acabaram sendo distribuídos pela Rabid Records, com uma interferência pessoal de Martin Hannett, que queria trabalhar com o grupo. E Martin viria a ser uma peça-chave no novo som do Joy Division…
8 – Martin “Zero” Hannett, o quinto membro do Joy
Se George Martin foi chamado diversas vezes de “quinto Beatle” o mesmo pode se dizer desse excêntrico sujeito que moldou o som do Joy Division. Sem Hannett, o Joy não teria sido metade do que foi.
Martin gostava muito das letras de Ian, mas achava que o som do grupo não estava à altura dos versos de Ian.
Começou então a tirar os resquícios punks e lapidou a massa sonora. Percebendo que Bernard era apenas um guitarrista mediano e sem muita técnica, resolveu valorizar mais o som do baixo de Peter Hook, deixando-o mais grave e preenchendo os espaços que a guitarra deixava.
As primeiras gravações com o grupo aconteceram no dia 11 de outubro, quando o Joy Division participou de um compacto de sete polegadas, duplo chamado A Factory Sample, ao lado de Durutti Column, Cabaret Voltaire e John Dowie: “Digital” e “Glass” foram as faixas escolhidas.
O grupo adorou o resultado, embora tenha reclamado que Martin ignorou algumas idéias da banda e de que Rob não foi convidado para as mixagens.
O disco marca a estréia de uma pessoa igualmente importante no conceito não apenas do Joy Division, mas de todos os artistas que gravariam pela Factory: o desenhista Peter Saville, que cuidaria da parte gráfica de todos os lançamentos do selo.
No dia 28 de novembro, o grupo iria se apresentar em Londres, no Hope & Anchor. Era a primeira apresentação do grupo na cidade.
O show foi marcado por vários problemas. O primeiro deles foi uma gripe que deixou Bernard com febre alta e que o deixou extremamente debilitado.
Mas o guitarrista foi colocado em saco de dormir e despachado com o resto do grupo para a cidade. A apresentação foi um fiasco com pouquíssima gente presente e culminou com a primeira crise pública de epilepsia de Ian.
O resultado foi um corre-corre danado já que ninguém sabia a intensidade dos ataques do vocalista. Ian voltou para casa, medicado. O cantor precisou pedir licença por alguns dias do trabalho, já que o Joy Division rendia muito pouco dinheiro para os integrantes.
O grupo só começou a ser conhecido nacionalmente quando Ian Curtis foi capa do semanário New Musical Express, na edição de 13 de janeiro de 1979. A foto mostrava um Ian com um olhar impenetrável e fumando um cigarro.
Nessa época, o cantor tinha diariamente um ataque epilético, no mínimo, que era provocada pelas drogas e pela estafa produzida pelo trabalho diário e com os ensaios e shows noturnos.
No dia 31 de janeiro o grupo gravou sua primeira participação na rádio BBC, tocando no programa Peel Sessionss, do radialista John Peel. Tocaram quatro músicas novas: “Exercise One”, “Insight”, “Transmission” e “She ‘s Lost Control”. O programa foi ao ar no dia 14 de fevereiro.
Em 1º de março, o grupo voltou para uma segunda apresentação no mesmo Hope & Anchor. Desta vez, a casa estava cheia graças ao programa de John Peel e o grupo fez uma apresentação bem melhor.
Três dias depois, se enfiaram em estúdio a convite de Martin Rushent, da Genetic Records.
Rushent estava extasiado com o potencial do grupo e os convidou para entrarem nos estúdios Eden e gravaram uma demo com quatro músicas: “Glass”, “Transmission”, “Ice Age” e “Insight”. Ele queria ver como a banda trabalhava, mas por problemas financeiros, Martin não pode assinar com o grupo. Essas demos nunca foram lançadas e ficaram de posse de Martin.
9 – As gravações de Unknown Pleasures
Sem conseguir uma gravadora, Rob Gretton procurou Tony Wilson e perguntou se ele não queria lançar um disco do grupo. Rob argumentou que o grupo estava valendo um bom dinheiro após terem feito a demo com a Genetic e convenceu Wilson a assinar com a banda. Mas Tony garante que Rob ofereceu o Joy à Factory pelo simples fato de Gretton odiar as grandes gravadoras.
A primeira providência que Rob fez constar em contrato é que o grupo teria completa liberdade artística e nenhuma interferência da Factory em suas canções. Rob garantiu que o som do disco seria absolutamente diferente de tudo que existia.
No dia 4 de março o grupo tocou novamente em Londres, desta vez no Marquee, abrindo para o The Cure. O grupo se associava pela primeira vez com um grupo de jovens batizado de “Final Solution” (nome de uma canção do Pere Ubu) e que tinha como objetivo promover novos artistas. As duas bandas ainda fizeram outro show, dias depois.
O grupo se tranca no mês de abril nos estúdios Strawberry, em Stockport com Martin Hannett para a gravação do primeiro disco. E o que Martin fez com o som da banda foi algo de anormal.
A primeira providência foi colocar a bateria como instrumento de ataque, seguido pelo baixo e pela voz de Ian Curtis, gutural e suas letras angustiadas. Martin mostrou ao grupo algumas inovações técnicas, como adicionar barulhos de vidros partindo e uso de samplers em algumas passagens.
Batizado de Unknown Pleasures, o disco, lançado em junho, não continha um Lado A ou Lado B. Ao invés disso, foram batizados de “Inside” e de “Outside”. A capa era uma outra obra de arte. Uma capa preta, sem nada escrito e com traços que simulavam um gráfico que representava o grito de uma estrela morrendo, segundo Bernard.
Tony Wilson bancou pessoalmente as primeiras 10 mil cópias que foram rapidamente vendidas, enquanto a banda ganhava matéria em todas as revistas inglesas. É considerado um dos melhores discos de 1979.
O disco trazia 10 canções:
Lado 1 “Outside”
01. “Disorder” – 3:32
02. “Day of the Lords” – 4:49
03. “Candidate” – 3:05
04. “Insight” – 4:29
05. “New Dawn Fades” – 4:47
Lado 2 “Inside”
01. “She’s Lost Control” – 3:57
02. “Shadowplay” – 3:55
03. “Wilderness” – 2:38
04. “Interzone” – 2:16
05. “I Remember Nothing” – 5:53
No mesmo mês em que as gravações aconteciam em Stockport, o grupo cedeu duas canções para uma coletânea chamada Earcom 2: Contradiction, com as canções “Autosuggestion” e “From Safety to Nowhere…?”. O disco saiu pela editora Fast de Edimburgo .
Com a fama súbita, as entrevistas começaram a ser agendadas, mas o grupo se negava enfaticamente a cooperar, por considerá-las redundantes e uma grande perda de tempo. Agora que tinham conseguido chamar a atenção da mídia, não precisavam mais dela e isso causou uma relação tensa entre os músicos e os jornalistas.
Como Ian ainda não havia largado seu emprego regular e ainda tinha vários compromissos agendados com o Joy Division, os ataques epiléticos ficaram cada vez mais fortes e problemáticos. Isso afetava diretamente seu casamento com Deborah, que implorava que ficasse mais em casa com sua filha recém-nascida, Natalie, e ao grupo, que não sabia exatamente como lidar com o vocalista. Um outro problema que afetava a sua vida era a falta de dinheiro, já que gastava muito com roupas, bebidas, cigarro e discos.
Curtis acabou atendendo os pedidos da esposa e ficando alguns dias em casa, curtindo a vida doméstica. Mas não por muito tempo.
Em agosto participaram de um outro festival organizado pela “Final Solution”, que aconteceria em Londres. O local do concerto era o Y.M.C.A. do Prince of Wales Conference Centre, e eles tocaram no dia 2 de agosto, junto com Essential Logic, Teadrop Explodes e Echo and the Bunnymen.
A apresentação foi um sucesso e várias revistas que cobriram o evento elogiaram o Joy Division que tinha o repertório mais consistente, já que os outros grupos ainda estavam nos primeiros meses de vida.
A rotina de shows permanecia inalterada com o Joy Division participando de vários espetáculos montados pelo “Final Solution”. Como já não era mais possível conciliar o grupo com uma vida em repartição pública, os membros optaram por uma dedicação exclusiva ao grupo. O dinheiro começou a escassear, já que os salários pagos pela Factory eram pequenos – Ian recebia 15 libras semanais e era o que mais ganhava, por ter maiores gastos domésticos. E não bastasse a epilepsia, casamento em crise e a falta de dinheiro, o cantor conseguiria um outro problema…
10 – Uma garota chamada Annik
O grupo estava em uma turnê conjunta com os Buzzcocks desde agosto, e quando houve uma folga nas datas, Rob Gretton tentou marcar uma apresentação em Berlim, o que acabou não acontecendo.
Porém, conseguiu que o grupo se apresentasse em Bruxelas, na Bélgica, em um local chamado Plan K, que nada mais era do que uma refinaria de açúcar que tinha construído um centro de artes em seu interior.
O grupo estava acompanhado do Cabaret Voltaire, mas a atração principal era o escritor norte-americano William Burroughs.
Ian ficou excitadíssimo em poder conhecer pessoalmente um de seus ídolos, mas foi grosseiramente despachado por um Burroughs extremamente mal humorado. Apesar da decepção com o escritor, o show foi excelente e o grupo acabou sendo ovacionado.
E foi nesse concerto – embora alguns afirmem que o caso já havia começado algumas semanas antes – que Ian começou a circular com uma jovem belga chamado Annik Honoré.
Annik começou a substituir Deborah na vida do cantor, que desconfiava que seu marido havia tido alguns casos com fãs, mas sem provas.
Nove dias após o espetáculo na Bélgica é lançado o single Transmission. A Factory havia segurado o lançamento esperando que Unknown Pleasures vendesse mais.
A Factory inovou lançando primeiro um disco antes de um single, contrariando toda a lógica vigente. Aparentemente, a idéia havia sido de Martin Hannett. Mais uma vez Peter Saville produziu uma capa intricada e de difícil explicação. Mas o som contido nele era uma obra-prima, talvez a melhor canção do grupo, com um poderoso trabalho de produção e mixagem de Hannett.
No lado B aparecia “Novelty”, que a Factory jurava ser a primeira canção composta pelo Joy Division.
Aos poucos, o grupo foi roubando todos os shows dos Buzzcocks, com Ian Curtis sendo a atração principal, com sua postura frenética em palco, olhos abertos e movimentos de cabeças e braços que pareciam imitar seus vários ataques epiléticos.
Novamente foram convidados para tocarem no Peel Sessions, apresentando quatro novas canções: “Sound of Music”, “24 Hours”, “Colony” e “Love Will Tear Us Apart”. A gravação aconteceu no dia 26 de novembro e a transmissão se deu no dia 10 de dezembro.
11 – Dúvidas
Com o lançamento de Transmission, o grupo foi coroado com uma das melhores bandas do país e alguns convites para mudarem de gravadora foram especulados, já que não havia um contrato formal entre o grupo e a Factory. Assim, a Warner procurou Martin Hannett e Peter Saville. A Warner fez uma proposta tentadora para os dois: a matriz americana distribuiria os discos do grupo na América e alguns vídeos promocionais, pagando US$ 1 milhão ao grupo.
Hannett, no entanto frisou que Gretton não aceitaria esse contrato, pois não se encaixava no perfil pensado ao Joy Division. Hannett disse que se o selo quisesse ajudar em custear alguns produtos, aceitariam, mas a Warner não teria nenhum controle sobre a banda.
Decepcionados, os diretores da gravadora deixaram a reunião e o selo só voltaria a procurar o grupo novamente em maio de 1980, quando voltaram a receber uma proposta com o mesmo valor numérico mais benefícios. Só que não puderam assinar pois Ian não estava mais com o grupo.
O grupo acabou o ano com dois concertos, um em Paris no Les-Bains Douches Club e outro em Manchester, em uma festa organizada por Tony Wilson.
O grupo mostrava-se desanimado com o pouco dinheiro que ganhavam, apesar de terem conseguido fama. Já Ian, mostrava-se triste e reticente sobre seu futuro. O casamento com Deborah e a paixão por Annik o atormentavam.
O ano de 1980 começou com uma nova excursão européia, e de quebra, no concerto em Amsterdã, no dia 11 de janeiro, precisaram subir ao palco duas vezes, já que a banda de abertura não apareceu. Acabaram tocando 17 músicas nesse dia. Seguiram-se shows na Holanda, Bélgica e Alemanha onde tiveram problemas com o público.
Nessa turnê Ian levou sua amante nas excursões, o que causou uma grande confusão com os demais integrantes, que foram proibidos de levar suas namoradas e esposa (Bernard era casado), como uma forma de impedir que Deborah se juntasse ao comboio.
Junto com as brigas com público e internas, as crises de Ian iam aumentando gradativamente.
Em março de 1980, é lançado um vinil de sete polegadas chamado Licht und Blindheit, pela Sordide Sentimental, da França.
Apenas 1578 cópias numeradas foram produzidas, com uma capa de três páginas, um texto escrito por Jean-Pierre Turmel e com uma foto do grupo tirada por Anton Corbijn. “Dead Souls” e “Atmosphere” eram as músicas escolhidas.
12 – O final
Mesmo com o fracasso das negociações com a Warner a Factory planejava uma excursão pela América. A intenção de Tony Wilson era simples: vender o Joy Division, acreditando que eles poderiam vender 3 ou 4 milhões de discos. A banda estava num ritmo insano de produção. O grupo havia produzido várias canções e preparavam um novo LP.
As primeiras gravações terminadas foram a de um novo single contendo as canções “Love Will Tear Us Apart” e “These Days”. Apesar de ser o grande clássico do grupo, foi também a canção que mais dor de cabeça deu para Martin Hannett e para o grupo
Hannnet gastou uma pequena fortuna mixando a canção nos estúdio Pennine. O produtor mandou Ian cantar inspirado em Frank Sinatra e arranjou uma tremenda confusão, quando ouviu as duas versões que tinham feito da canção: uma versão lenta, com a voz mais soturna, gravada no estúdio Strawberry. E também havia uma versão em ritmo mais acelerado. Martin sabia que ela seria a canção ideal para promoverem na América e só optaram pela versão mais lenta, mas refazendo todos os vocais nos dias finais de gravação de Closer, no estúdio Britannia Row.
O single seria lançado em dois formatos: sete e 12 polegadas. E mais uma vez o desenho gráfico ficou por conta de Peter Saville, que concebeu dois desenhos completamente distintos.
A capa de sete continha um desenho que parecia um bloco de metal como se fosse uma lápide. Como o single foi lançado apenas após a morte de Ian, foi considerado de gosto duvidoso. Tony Wilson explica que a foto havia sido tirada muitos meses antes do suicídio do cantor, sendo uma peça de oito polegadas por quatro, com o título impresso e a deixaram na chuva para que enferrujasse. A peça ainda sofreu uma lavagem com ácido.
A versão de sete polegadas chegou ao público antes, no dia 18 de abril, e virou uma febre nacional, sendo considerada a canção do ano, alcançando a 13ª posição na parada e vendendo quase 160 mil cópias.
E, mais uma vez, com Martin, o grupo entrou no Britannia Row para gravar o segundo disco, Closer.
Era o período final e turbulento da vida de Ian, que não suportando mais a vida dupla que levava, confessou a Deborah que tinha uma amante. As letras do disco eram extremamente pessoais e falavam das dúvidas que o atormentavam. Há quem goste de especular que Ian já tinha pensado em suicídio e que havia avisado a todos por meio das letras. O desespero transformou-se em obra de arte e Martin conseguiu melhorar o que já era sublime, deixando a voz do cantor mais poderosa e as músicas mais sombrias.
O cantor acabou saindo de casa e Deborah entrou com uma ação de divórcio. Provisoriamente, Ian foi morar na casa de Tony Wilson e levou Annik consigo. Os ataques eram mais freqüentes e durante um show no Rainbow, Ian teve no palco um violento surto, caindo em cima do kit de bateria. O ataque foi provocado pelas luzes estroboscópicas colocadas no palco.
O último concerto do grupo se deu no dia 2 de maio na Universidade de Birmigham e acabou entrando no disco póstumo Still lançado em 1981. Era a hora de pensar na turnê pelos Estados Unidos, e o dia do embarque estava marcado para 19 de maio.
Mas antes da viagem, Closer seria lançado. Seria, se não tivessem acontecido alguns percalços. O primeiro problema era que a capa bolada por Peter Saville não havia sido entregue pela fábrica. E um outro problema, e mais grave, aconteceu quando 5 mil cópias já haviam sido feitas sem que Martin Hannett houvesse aprovado. O disco acabou tendo o lançamento retardado até julho.
Alheio a tudo isso, Ian se sentia confuso e não sabia o que fazer de sua vida. Dividido entre o amor de sua esposa e sua amante, tentou conversar com Deborah. Estava claro que Ian não queria um processo de divorcio, por causa de sua filha e para não sofrer mais.
Cansado, pediu para passar o final de semana na sua antiga casa e Deborah concordou. Natalie estava na casa de seus sogros, já que Deborah precisava trabalhar todo o final de semana. No sábado, dois dias antes de embarcar para os Estados Unidos, Ian voltou para o lar. Quase não conversava sobre a viagem. Deborah acabou dormindo de sexta para sábado na casa de seus pais, mas passou no seu endereço para ver se Ian estava bem e avisando que no domingo estaria de volta.
Sozinho em casa, Ian começou a procurar fotos de Natalie e escreveu uma carta para Deborah, dizendo que a amava e odiava Annick. Após ver um filme chamado Stroszek de Herzog e ouvir The Idiot de Iggy Pop, Ian se enforcou.
Na manhã do dia 18 de maio, no domingo, Deborah encontrou o corpo de seu marido, com as mãos descansando em cima da máquina de lavar. Deborah gritou, os vizinhos foram ver o que tinha acontecido e a polícia acabou sendo chamada. Posteriormente, o corpo de Ian acabou sendo identificado pelo seu sogro, já que sua esposa não tinha nenhuma condição emocional de fazê-lo.
O choque foi tão grande ou maior para o grupo, Martin Hannett e Tony Wilson. Ninguém queria imaginar que Ian tivesse cometido um ato cruel e tão “vingativo” com todos aqueles que o cercaram. Para piorar, a reunião com a Warner, que estava agendada assim que a banda pisasse em território americano foi cancelada e o grupo perdeu a chance de ganhar muito dinheiro.
Ian havia conseguido o que tanto sonhara: imortalizara-se, cometendo o suicídio quando estava prestes a se tornar um ídolo. Preferiu ser mito.
Abalados com a decisão, Closer é lançado em julho, precedido dias antes por um relançamento de “Love Will Tear Us Apart”, em 12 polegadas.
A capa do disco foi acusada novamente de mau gosto, mas Peter argumentou que havia se inspirado em uma fotografia de Bernard Pierre Wolfe.
Após a morte de Ian, o Joy Division acabou. Não havia mais o que continuar sem as letras e o carisma do vocalista.
Closer foi imortalizado com 9 faixas:
Lado 1
“Atrocity Exhibition” – 6:06
“Isolation” – 2:53
“Passover” – 4:46
“Colony” – 3:55
“A Means to an End” – 4:07
Lado 2
“Heart and Soul” – 5:51
“Twenty Four Hours” – 4:26
“The Eternal” – 6:07
“Decades” – 6:10
Dois novos singles, são lançados: “Komakino” e “Atmosphere” e a solução encontrada pelos integrantes foi começar uma vida nova. Sim, você conhece a banda, é o New Order.
Um último lançamento póstumo foi realizado em 1981, um álbum duplo que compilava canções inéditas e a apresentação em Birmigham, batizando de Still.
O design do disco havia sido bolado por Peter Saville, após achar um álbum de um banda checa-eslovaca, em um sebo.
Mas a arte original, com uma capa vermelha e letras douradas foi abandonada por ser considerada pomposa demais. Ainda assim, resolveram manter a palavra “Still”, que pode ser entendida como um sinônimo de “calma”, que daria um entendimento melhor à concepção do mesmo. O símbolo “f” provavelmente faz alusão à gravadora Factory.
Vários lançamentos posteriores, incluindo vídeos, coletâneas e bootlegs foram feitos, sendo particularmente interessante o que registra o show de Preston, no dia 28 de fevereiro, tido como o pior em termos técnicos, mas cheio de garra, com a banda tentando passar por cima das adversidades e com um Ian mais comunicativo com a platéia.
Há também o registro do show em Les-Bains Douches Club e completado com gravações realizadas na Holanda, em janeiro de 1980.
Como a coluna ficou longa demais, completarei apenas com a discografia do grupo. Um abraço e até a próxima!
Discografia
Short Circuit – Live At The Electric Circus (1978)
An Ideal For Living (single, 1978)
A Factory Sample (1978)
Earcom 2 (1979)
Unknown Pleasures (1979)
Transmission (single, 1979)
Love Will Tear Us Apart (single, 1980)
Closer (1980)
Komakino (1980)
Atmosphere (single, 1980)
Still (1981)
Substance (coletânea, 1988)
Permanent: Joy Division 1995 (coletânea, 1995)
Heart and Soul (caixa com 4 cds, 1998)
Preston Warehouse 28 February 1980 (1999)
The Complete BBC Recordings (2000)
Les-Bain Douches (2001)
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source: lapaludedeidannatiblogspot
Originariamente chiamati “Warsaw” (in onore a Warszawa, canzone di David Bowie), la band passò al nome “Joy Division” nel 1978.
Il gruppo nacque come trio formato da Bernard Sumner (chitarra), Terry Mason (batteria), Peter Hook (basso), compagni di scuola. Esordì con il nome di Stiff Kittens debuttando il 9 dicembre 1976 all’Electric Circus di Manchester. Nei primi mesi del 1977 i tre furono contattati da Ian Curtis, carismatico cantante e poeta, già conosciuto l’anno precedente durante un concerto dei Sex Pistols, che entrò di lì a poco nel gruppo. Con l’ingresso di Curtis il gruppo cambiò nome in Warsaw (derivato da Warszawa, un brano strumentale di David Bowiecontenuto nell’album Low) e con Tony Tabac alla batteria al posto di Mason fecero da spalla ad un concerto dei Buzzcocks nel maggio 1977.
Nel luglio con il nuovo batterista Brotherdale entrarono in sala di registrazione per l’incisione di alcuni demo, che rimasero per molto tempo non pubblicati. Ultimo e definitivo avvicendamento alla batteria, (Stephen Morris). Incisero il brano At a Later Date, pubblicato su una compilation locale e poi l’esordio con l’EP An Ideal For Living.
Per evitare confusione con un gruppo londinese Warsaw Pakt decisero nel gennaio del 1978 di cambiare nome in Joy Division. Vennero contattati dalla RCA ed iniziarono le registrazione per l’album, prodotti da John Anderson, ma l’insoddisfazione dei risultati ottenuti assieme al timore di non essere stati supportati adeguatamente spinsero il gruppo a lasciar perdere il progetto. I brani saranno pubblicati solo nel 1994. Il gruppo venne invitato dall’allora conduttore televisivo Tony Wilson, che aveva appena fondato la casa discografica indipendente Factory Records, il gruppo accettò di partecipare alla compilation promozionale per il lancio dell’etichetta, che vide la presenza dei due brani: Digital e Glass. Dopo un concerto del 1978 il cantante Ian Curtis ebbe un violento attacco epilettico, Curtis cercava di esorcizzarne gli effetti sul palco con continue digressioni, degenerazioni e movenze, con le quali simulava gli attacchi provocati dalla malattia. Nel gennaio del 1979 il NME dedicò la copertina al cantante, in quel periodo John Peel trasmise spesso il loro ultimo singolo She’s Lost Control e li invitò ad una session radiofonica, la fama del gruppo aumentò notevolmente. Ma l’evento che li fece conoscere definitivamente all’ambiente underground fu il concerto di marzo 1979 di spalla aiCure al Marquee.
Entrarono negli Strawberry Studios per le registrazioni dell’album di debutto Unknown Pleasures che uscì nel giugno del 1979. Il disco venne accolto molto bene tanto che il gruppo si spinse in un tour nordeuropeo, tra cui la data nel gennaio 1980 al locale “Paradiso” di Amsterdam immortalata in un live postumo. All’album seguirono nuovi singoli come Transmission eAtmosphere.
Il successo e l’intensa attività live incisero sullo stato di salute di Curtis a cui si aggiunse la crisi con la moglie Deborah Woodruffe che ispirò il loro capolavoro Love Will Tear Us Apart che uscirà postumo come singolo. Il gruppo nel marzo entrò nei Raw Studios per l’incisione dei brani per il secondo album Closer.
La salute di Ian Curtis peggiorò sensibilmente, ebbe un attacco epilettico sul palco, il gruppo dovette interrompere l’attività promozionale del disco in uscita. Alla vigilia di un tour americano che aveva già fatto registrare uno straordinario successo in prevendita, e poco prima dell’uscita del secondo album, la cui copertina (raffigurante una delle statue del cimitero monumentale di Staglieno, nei pressi di Genova) era stata decisa prima della morte di Ian Curtis) Ian Curtis fu trovato impiccato alla rastrelliera della cucina della abitazione di sua moglie Deborah, nel quartiere di Macclesfield, la mattina del 18 maggio 1980, non aveva ancora compiuto 24 anni. Con lui finì la tragica avventura dei Joy Division.
Dopo la morte di Ian Curtis, gli altri tre membri del gruppo continuarono l’attività dando vita ai New Order.
L’immaginario lirico presenta tinte fortemente goth, intrise della disperazione personale di Curtis. In più passaggi le liriche nascondono messaggi di morte che preannunciano i propositi suicidi del loro giovane autore (New Dawn Fades, Something Must Break, Disorder, Insight, Passover), rendendo lugubre ed opprimente l’atmosfera delle canzoni, nelle quali non si rinviene mai una apertura rispetto a tale clima ossessivo.
Caratteristica musicale principale, accanto alla voce singolarmente baritonale e melodrammatica di Ian Curtis, è invece il dominio del basso di Peter Hook e della batteria di Stephen Morris, a discapito della chitarra di Bernard Sumner. La sezione ritmica dei Joy Division (che spesso faranno ricorso, ad esempio, ad insoliti tempi dispari) farà scuola in tutta la new wave successiva ed in particolare nel dark rock degli anni ottanta. Decisiva nell’elaborazione dei suoni del gruppo fu la collaborazione con il produttore Martin Hannett, che lavorò ad entrambi gli album di studio dei Joy Division, Unknown Pleasures e Closer.
I Joy Division restano oggi tra le più famose ed influenti band della storia della musica rock. La disperata malinconia dei testi (I remember when we were young cantava il ventenne Curtis) e le musiche spesso veloci e cadenzate che li sottolineavano, per quanto abbiano costituito la cifra stilistica inimitabile dei Joy Division, hanno rappresentato il modello con il quale hanno dovuto fare i conti tutti i gruppi inglesi pop-rock degli anni successivi. Come i Sex Pistols, e il punk in generale, avevano insegnato che si poteva suonare anche senza essere dei virtuosi, così i Joy Division, dettarono la linea ad una generazione che non aveva alcuna voglia di sorridere, mostrandole che non si era costretti a farlo neppure su un palco.
Le vicende dei Joy Division, della Factory Records e del movimento musicale di Manchester a cavallo tra gli anni ’70 e ’80 sono descritte nei film 24 Hour Party People (2002) e Control(2007).
DISCOGRAFIA:Album
1979 – Unknown Pleasures
1980 – Closer
EP
1978 – An Ideal for Living
1986 – The Peel Sessions (1986)
1987 – The Peel Sessions (1987)
Live
1999 – Preston 28 February 1980
2001 – Les Bains Douches 18 December 1979
2001 – Fractured Box
2004 – Re-fractured Box
Raccolte
1981 – Still
1988 – Substance
1990 – The Peel Sessions
1994 – Warsaw
1995 – Permanent
1997 – Heart and Soul
2000 – Joy Division The Complete BBC Recordings
2007 – Martin Hannett’s Personal Mixes
2007 – Let the Movie Begin
2008 – The Best of Joy Division
Singoli
1979 – Transmission
1980 – Licht und Blindheit
1980 – Komakino
1980 – Love Will Tear Us Apart
1980 – Atmosphere/She’s Lost Control
1988 – Atmosphere
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source: taringa
Joy Division fue una banda de post-punk inglesa, formada en 1976 en Salford, Greater Manchester. Originalmente llamada Warsaw, la banda estuvo formada por Ian Curtis (voz y en ocasiones guitarra), Bernard Sumner (guitarra y teclados), Peter Hook (bajo y coros) y Stephen Morris (batería y percusión).
Joy Division evolucionó de sus influencias punk rock iniciales, (de acuerdo con el crítico musical Jon Savage “no era punk pero estaba directamente inspirada por su energía” ) para posteriormente desarrollar un sonido y un estilo que fue pionero del movimiento post-punk junto con bandas como Siouxsie & the Banshees y The Cure, del dark y el rock gótico pues no solo poseían un sonido siniestro, sino que sus letras estaban obsesionadas con la desesperación y la muerte, productos de la epilepsia que padecía su vocalista Ian Curtis.
Su EP debut, An Ideal for Living, atrajo la atención de Tony Wilson, una personalidad de la televisión de Manchester. El álbum debut de Joy Division, Unknown Pleasures, fue lanzado en sello discográfico de Wilson, Factory Records, y provocó la aclamación de la crítica británica. A pesar del creciente éxito de la banda, el vocalista Ian Curtis fue afectado por la depresión y por problemas personales, incluyendo la disolución de su matrimonio y sus agudas crisis de epilepsia. Curtis encontraba cada vez más difícil presentarse en vivo, y a menudo tenía convulsiones durante sus espectáculos.
En mayo de 1980, en la víspera de la primera gira de la banda por Estados Unidos, Ian Curtis, abrumado por su depresión, se suicidó ahorcándose en su cocina. Joy Division lanzó póstumamente su segundo álbum, Closer (1980), y el sencillo “Love Will Tear Us Apart” se convirtió en su lanzamiento más exitoso en los rankings. Después de la muerte de Curtis, los miembros restantes de la banda formaron New Order.
Es una de mis bandas favoritas, mi unica critica a este banda, aunque todos sus álbumes y EPs me parecen obras maestras, es que solo poseen un color en su musica. Todo en Joy Division es negro o gris, toda su obras esta atravesada por cierta oscuridad. Eso la hace unica y a la vez, a mi entender, la limita. Aun asi la considero dentro de las mejores bandas de todos los tiempos y uno de mis grupos predilectos.
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source: t411me
Le groupe Joy Division
Joy Division est un groupe formé à Manchester en 1976 par Ian Curtis, Peter Hook, Stephen Morris et Bernard Sumner. Inscrit dans la mouvance new wave/post-punk, il est considéré comme l’un des initiateurs de la cold wave (vague froide en français). Joy Division est aussi l’un des groupes précurseurs et « parrains du rock gothique ». La figure emblématique de cette formation est son chanteur Ian Curtis, à la « voix mortifère » « de conteur sépulcral ».
Le groupe défricheur de nouveaux territoires se dissout en mai 1980 après le suicide de Curtis à l’âge de 23 ans. Bayon écrit alors dans Libération : « notre James Dean gothique s’est jeté à corps perdu dans la vie, c’est-à-dire le vide ». Pour le critique Jon Savage, Ian Curtis a su décrire la ville de Manchester en « capturant son espace et sa claustrophobie dans un style gothique moderne ».
Still est une compilation posthume de Joy Division, consistant en raretés ainsi qu’un enregistrement public de leur dernier concert à High Hall, Birmingham University le 2 mai 1980.
La performance inclut la chanson Ceremony, qui devint ensuite un hit de New Order. Une autre chanson est leur version de Sister Ray du Velvet Underground, enregistrée au Moonlight Club à Londres le 2 avril 1980.
Still a souvent été critiqué par les fans, à cause de la mauvaise qualité de la partie High Hall. Entre autres, l’ingénieur du son présent ce soir-là mixa la voix de Ian Curtis trop bas pendant Ceremony, rendant inaudible un des deux seuls enregistrements de cette chanson. Les pressages plus récents de l’album sur London Records remplacent cette version avec l’autre, un démo de 1980, déjà présent sur Heart and Soul. (Une autre version enregistrée par un spectateur a circulé comme bootleg depuis 1980.)
L’ingénieur de son de Still fut Chris Nagle. La pochette est un design de Peter Saville Associates.
Still atteignit le #5 en Grande-Bretagne à sa sortie initiale et le #3 en Nouvelle-Zélande en février 1982.
La sortie, planifiée pour le mois d’août, fut repoussée au 8 octobre 1981. La version CD est sortie en mars 1990 (certaines pistes ont des ajouts de post-production, des over-dubs par les membres survivants du groupe).
Liste des pistes
1 Exercise One – 3:06
2 Ice Age – 2:24
3 The Sound of Music – 3:55
4 Glass – 3:56
5 The Only Mistake – 4:17
6 Walked in Line – 2:47
7 The Kill – 2:15
8 Something Must Break – 2:48
9 Dead Souls – 4:53
10 Sister Ray – 7:36
11 Ceremony – 3:50
12 Shadowplay – 3:57
13 Means to an End – 4:01
14 Passover – 5:10
15 New Dawn Fades – 4:01
16 Transmission – 3:40
17 Disorder – 3:24
18 Isolation – 3:05
19 Decades – 5:47
20 Digital – 3:52
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source: hornbeam-collectionblogspot
Still is a compilation album by Joy Division, consisting of previously released and unreleased studio material and a live recording of Joy Division’s last concert, performed at Birmingham University. It was released on 8 October 1981, through record label Factory.
The album includes the only time the group ever performed the song “Ceremony” live, which later became a New Order single. Another song featured is a cover of The Velvet Underground’s “Sister Ray”, recorded at The Moonlight Club in London on 2 April 1980.
Still is a point of contention among some of the group’s fans, because of the unbalanced recording of the High Hall performance. This is not aided by the fact that the engineer that night mixed the vocals far too low for the first half of “Ceremony”, making Ian Curtis inaudible and thus ruining one of only three recordings the band made of the song. Recent CD reissues of the album on London Records have replaced this live version with another known recording, a 1980 rehearsal that originally surfaced on the Heart and Soul box set. An audience recording of the live version, while of lower fidelity, has all of Curtis’ vocals and has circulated as a bootleg since 1980. A further point of contention is the omission of the track “Twenty Four Hours” from all subsequent CD reissues of this album; this was said to be due to time constraints. As a result, “Twenty Four Hours” only appears on some cassette and vinyl versions of Still and has yet to be released officially on CD.