JUM NAKAO
ДЖУМ НАКАО
ジュン·ナカオ
REALITY PROJECT
source: benitabrasil
Um estilista que foge dos padrões convencionais. Assim pode-se classificar Jum Nakao, que poderia ter se tornado um engenheiro, mas foi na moda e nas artes que resolveu mostrar toda a sua criatividade.
Jum é paulistano, nascido em 1966. Neto de japoneses, sempre gostou de incorporar características orientais em seus trabalhos. Ele também é adepto da modernidade, da tecnologia e talvez alguns acontecimentos em sua vida expliquem isso.
O estilista chegou a cursar Engenharia Eletrônica, mas logo desistiu e se matriculou no curso de Artes Plásticas, do qual saiu em 1987. Em 88, porém, retorna para cursar a licenciatura. Nos anos 80, Jum frequentava a famosa balada Madame Satã, casa underground da noite paulistana.
Foi na Madame Satã que ele começou a fazer a relação da forma de se vestir com as atitudes de cada pessoa. Viu então um caminho a seguir: a moda.
Em 1984, fez cursos no CIT (Coordenação Industrial e Têxtil), local no qual começou a ter contato com grandes nomes da moda, como a estilista Marie Ruckie, uma de suas professoras.
Em 87, Jum participa de seu primeiro projeto na carreira, o Cooperativa da Moda. Como ainda não havia um circuito de moda permanente no Brasil, esse projeto era uma das oportunidades de estilistas de grandes marcas mostrarem seus trabalhos.
Quase 10 anos depois veio o primeiro grande reconhecimento de sua carreira. Em 1996, Jum participou do Phytoervas Fashion, do qual foi visto como a grande revelação. Na época, trabalhava na Carmin, mas a participação no evento abriu portas ao estilista que, no mesmo ano, mudaria de ares para ser gerente de criação na Zoomp, onde permaneceu por seis anos.
A partir desse momento, Jum estava inserido na galeria de grandes estilistas brasileiros. Tanto que sua marca própria entrou no calendário da São Paulo Fashion Week, em 2002. Pois foi em uma das edições do SPFW que Jum fez história.
Em 2004, o desfile de sua grife transcendeu o que era apenas um desfile de moda, se transformou em um espetáculo. As modelos trajavam peças feitas de papel vegetale, em determinado momento, rasgaram suas roupas. Confira o vídeo aqui.
O estilista já fez parcerias com marcas como o Banco do Brasil, para o qual participou de uma campanha. Também trabalhou com a Nike, para o lançamento de uma linha Premium assinada por Jum. A coleção intitulava-se Jum Nakao for Nike.
Outros estilos de arte também marcaram a vida de Jum Nakao. Ele montou a instalação “Sonho de Darcy” no MAM (Museu de Arte Moderna), do Rio de Janeiro. Sua instalação REVOLVER chegou ao Museu Oscar Niemeyer, em 2007. Em 2005, ele participa da criação do figurino da minissérie “Hoje é dia de Maria”, na qual é responsável pela concepção do vestuário de uma corte real.
Entre desfiles performáticos, criações inovadoras, produções de figurino e montagem de instalações, Jum continua com tudo no mundo da moda ” e das artes.
.
.
.
.
.
.
.
.
source: senacmodacewordpress
Oito anos depois de rasgar roupas barrocas feitas de papel em “A costura do Invisível”, Jum Nakao retorna com uma novo projeto ambicioso: desenvolver e apresentar uma coleção completa tempo real durante uma semana de moda.
Intitulado de Indústria Criativa, o projeto reuniu 20 participantes que foram escolhidos pelo Senac CE, das mais diversas vertentes da moda, para criar durante os cinco dias de Dragão Fashion o que veio a se chamar “A Hora do Brasil”.
Se n’A Costura do Invisível o maior questionamento se dava sobre a efemeridade da moda, A Hora do Brasil exalta o novo luxo brasileiro – e principalmente nordestino – que na verdade sempre esteve aqui. E só agora, em meio a tantas mudanças sociais, econômicas e políticas conseguimos enxergar seu valor.
Falamos de rendas, couros, bordados, xilogravuras tão naturais das terras tupiniquins. Jum prega a redescoberta desses paraísos despercebidos para assim resgatarmos nossas origens. Isso inserido em um contexto de um país emergente que conquistou há pouco o posto de 8a. maior economia do globo.
Com total viés conceitual, Jum optou por experimentar as fronteiras da criação encontrando novas possibilidades com materiais que sempre estiveram presentes na vida da maioria dos brasileiros. Toda a equipe, que contava com estilistas, rendeiras, designers de produto a costureiras e artesãos foi escolhida a dedo e trabalhou às vistas do público durante todo o Dragão Fashion. E o mais incrível: igualitariamente. Sem hierarquias que pudessem influenciar no processo criativo. “Diferente do reality show, onde apenas um participante vence, no Reality Project, todos são vencedores”, resumiu o idealizador.
A Hora do Brasil chega a São Paulo na edição de Verão 2013 da Casa de Criadores, bronze entre as maiores semanas de moda País. Parte final de todo o processo, o desfile encheu o auditório do Memorial da América Latina com editores, jornalistas, estudantes e entusiastas da moda na ânsia de conferir seu resultado final.
Zambumbas e tamborins faziam fundo para a saias de palha, tops de couro milimetricamente recortado, vestidos em linho com modelagem desconstruída. Pros desinformados e/ou fãs de estereótipo poderiam até pensar que se tratava de uma coleção Balenciaga meets Brazil enquanto na verdade se tratava de cabeças criativas que conseguiram olhas pro próprio país, ver sua grandeza e traduzir isso em uma espécie de Alta Costura nacional.
Mas diferente da Haute Couture francesa, nenhuma das peças nem a documentação de todo o processo será posta a venda. Tudo se tornará um patrimônio doado por Jum para o Senac, que esparalhará futuramente o feito com exposição itinerante.
Pode parecer bobagem, mas pessoalmente, um dos aspectos mais interessantes da “A Hora do Brasil” foi a inversão de prioridades. Explico: em toda nossa vida na moda, sempre vemos as coleções da Casa de Criadores chegarem depois no Dragão Fashion, por uma questão cronológica. Desfiles ocorridos em novembro não poderiam acontecer antes de abril, certo? E isso nos deixava quase com uma sensação de delay, sabe como? Com o Reality Project tendo nascido no Dragão a mesa virou. Além da extrema originalidade da idéia, veio do Ceará, com cara de Ceará pra São Paulo, e consequentemente, pro Brasil. Foi o suficiente para nos sentimos revigorados por assistimos os desfiles da Casa depois.
.
.
.
.
.
source: jumnakao
Jum Nakao is a fashion designer and a creation director, Brazilian and grandson of Japanese. He lives in the city of São Paulo where his atelier is located.
Firstly, he believed that the support of his work could be electronics and computing, but he quitted this sector for considering the formal studies far too distant from human sight.
It was in fashion that Jum realized the possibility of this approach and started his studies in 1984. In 1988, he took licensure in Plastic Arts at Faculdade Armando Álvares Penteado and, in 1989, academic extension program in History of Garment at Instituto de Museologia de São Paulo [Institute of Museology of São Paulo] and History of Fashion at SENAC. In 1996, he was considered as the great revelation at the Phytoervas Fashion 6th Edition (fashion event for new talents) and took over the job of Style Director at one of the largest fashion companies in Brazil, Zoomp, where he worked for six years. He was invited by Du Pont, in 2002, to be the partner fashion designer in the Hotel Lycra International Project. In 2003, unprecedentedly, a fashion work was part of an Art and Photography Exhibition in Brazil – Imagética – where a space of honor was destined to an installation that narrated the process of one of his collections – Tribute to Brothers Quay. The works performed in the graphic arts area by the design studio Lobo – books: Future Kitsch and Tribute to Brothers Quay – achieved awards and international like: The One Show (USA), “How Design” (USA), “Creative Review” (England) and ADG (Brazil). In 2004, the Banco do Brasil requested a campaign to tighten ties with art, fashion, cinema and dancing. In this project, there is the participation of directors of art, photography, advertising and dancing companies. Jum Nakao is the fashion designer invited for Concept and Models Design. In the same year, he signed a contract as a Creative director of one of the Brazilian’s most traditional women fashion companies: VIVAVIDA. For the first time in history, in 2004, NIKE, a giant from the sports and garment segment– the highest overall billing – established worldwide a contract with a designer for a premium line: JUM NAKAO for NIKE. He was even invited by arts, education and industry institutions to be the project’s Creative Counselor: Instituto Brasil de Arte e Moda. He presented in June 2004, at São Paulo Fashion Week, a performance in which, at the parade’s end, the models tore elaborate garments made of vegetal paper manufactured during an over-700-hour work. Soon after the parade, he participated in the Exhibition “arte e mercado” [“art and market”], at Galeria Vermelho, in São Paulo, with the work “fonte dos desejos” [well of wishes]. In 2005, invited by the director Luiz Fernando Carvalho, the fashion designer participated in the micro-series Hoje é dia de Maria, on TV Globo, accounting for the conception and creation of a Real Court. In the same year, Jum launches, in the São Paulo Fashion Week’s general schedule, the book and documentary A Costura do invisível [Invisible sewing], accomplished from the Summer 2004’s parade references, published by the SENAC’s Publishing Companies. In June 2005, he paraded and exhibited in Paris at Galeries Lafayette during the celebrations of the Brazilian Year in France. In the celebration of ten years of fashion in Brazil, through São Paulo Fashion Week, his work “a costura do invisível” is paid homage as the decade’s fashion parade. In August 2005, unprecedentedly, Fashion started to be part of the Cultural Exhibitions in Brazil and Jum Nakao was invited for the conception and execution of the exhibition “Conflitos e Caminhos”. Jum presents several lectures throughout the country about the creative process.In 2005, Jum Nakao began to sign the collections for brazilian former number one tennis player Guga Kuerten. In partnership with Curtlo – a adventure’s packs & bags label – he launched in 2006 a collection, Curtlo by Jum Nakao, which was selected for the I Brazilian Biennial of Design. In January 2006, he was invited by the international curator Anne Zazzo, from Galliera – Fashion Museum of Paris, to be part of the International Exhibition that gather the most representative fashionable works from the entirely 20th century until today. In July of the same year, Nakao launched the collection OXTO – JUM NAKAO. In 2006, he carried out the creative direction of the Opera Kseni by Jocy de Oliveira. By invitation of the Brazilian Museum of Art, Nakao conceived the scenography of the exhibitions GRAN SERA and JOURNEYS. Since 2006 Jum coordinates the new talents at CFW. In 2007 he exhibited REVOLVER at MON – Oscar Niemeyer Museum, Brazilian Design at Itamarty Palace, Urban Sightseeing on Transitory Livings at National Museum, What eyes can’t see on SESC. In 2008 The Enchanted World of Jum Nakao is presented at The New Dowse Museum. His work, luxdelix, is selected by Japanese curator Yuko Hasegawa from MOT – Contemporary Art Museum from Japan – to be part of the international exhibition when lives become form held in 2008 at São Paulo. Jum presents several lectures and workshops throughout the world about the creative process. www.jumnakao.com.br
In his production, Jum Nakao is able to combine the digital technology resources with the refinement of unique handmade garments, like the meeting, in a suspense and fairy tales environment, between the elaborate fashion from the XIX century and the playful universe of the Playmobil dolls.
As Lautréamont has once said, which has become a surrealistic slogan, “Beautiful like the meeting between a sewing machine and an umbrella over a dissection table”. Dissecting the world, Jum Nakao sews the unforeseen.
.
.
.
.
.
.
.
source: jumnakao
Jum Nakao é estilista e diretor de criação, brasileiro e neto de japoneses. Vive na cidade de São Paulo onde se localiza seu ateliê. Inicialmente acreditava que o suporte do seu trabalho poderia ser a eletrônica e a computação, mas abandona esse setor por considerar os estudos extremamente distantes do olhar humano.
Foi na moda que Jum percebeu a possibilidade desta aproximação e inicia sua formação em 1984 através do CIT – Coordenação Industrial Textil – onde tem os primeiros contatos com profissionais da área, entre eles as professoras Vera Lígia P. Gilbert e Marie Ruckie.
Em 1988 cursa licenciatura em Artes Plásticas na Faculdade Armando Álvares Penteado e em 1989 faz extensão universitária em História da Vestimenta no Instituto de Museologia de São Paulo e História da Moda com a Professora Serafina Borges do Amaral no SENAC.
Em 1996 é considerado a grande revelação da 6a Edição do Phytoervas Fashion e passa a ocupar o cargo de Diretor de Estilo de uma das maiores empresas de moda do Brasil, a ZOOMP, onde permanece por seis anos.
É convidado pela Du Pont em 2002 para ser o estilista parceiro no Projeto Internacional Hotel Lycra. Em 2003, ineditamente um trabalho de moda faz parte de uma Mostra de Arte e Fotografia – Imagética – onde um espaço de honra é destinado para uma instalação que narra o processo de uma de suas coleções – Tributo a Brothers Quay.
Os trabalhos realizados na área de artes gráficas pelo studio de design Lobo – books: Future Kitsch e Tributo a Brothers Quay – arrebatam prêmios e citações internacionais como: The One Show (EUA), “How Design” (EUA), “Creative Review” (Inglaterra) e ADG (Brasil).
Em 2004 o Banco do Brasil solicita uma campanha para estreitar elos com arte, moda, cinema e dança. Participam deste projeto diretores de arte, fotografia, publicidade e companhias de dança. Jum Nakao é o estilista convidado para Design de Conceito e Figurinos. No mesmo ano assina contrato como diretor Criativo de uma das mais tradicionais empresas de moda feminina: VIVAVIDA.
Pela primeira vez na história, em 2004 a NIKE, gigante do segmento esportivo e vestuário – maior faturamento global – estabelece mundialmente um contrato com um designer para uma linha premium: JUM NAKAO for NIKE. É convidado ainda pela FAAP, ABIT e MASP para ser o Mentor Criativo do projeto: Instituto Brasil de Arte e Moda. Realiza em junho de 2004, no São Paulo Fashion Week, uma performance em que, ao final do desfile, modelos rasgaram elaboradas roupas feitas de papel vegetal confeccionadas em mais de 700 horas de trabalho. Logo após o desfile, participa da Mostra “arte e mercado” na Galeria Vermelho, em São Paulo, com a obra “fonte dos desejos”. Em 2005, a convite do diretor Luiz Fernando Carvalho, o estilista participa da microssérie Hoje é dia de Maria , da Tv Globo, respondendo pela concepção e criação de uma corte real.
No mesmo ano, Jum lança, no calendário geral do São Paulo Fashion Week, o livro e documentário A Costura do invisível, realizados a partir de referências do desfile de verão 2004, editado pelas Editoras SENAC. Em junho de 2005, desfila e expõe em Paris na Galeries Lafayette nas comemorações do ano do Brasil na França. Na comemoração de dez anos de moda no Brasil, através do São Paulo Fashion Week, seu trabalho “a costura do invisível” é homenageado como o desfile da década. Em agosto de 2005, ineditamente, Moda passa a fazer parte das Mostras Culturais do SESC e Jum Nakao é convidado para a concepção e realização da exposição “Conflitos e Caminhos”. Em 2005 passa a assinar as coleções do tenista Guga Kuerten.
Em parceria com a Curtlo lança em 2006 uma coleção de bolsas: Curtlo por Jum Nakao que é selecionada para a I Bienal Brasileira de Design. É convidado em janeiro de 2006 pela curadora internacional Anne Zazzo do Galliera, Fashion Museum of Paris, para participar da Mostra Internacional dos mais representativos trabalhos de Moda de todo o século XX até hoje. Em julho de 2006 lança a coleção OXTO – JUM NAKAO. Realiza em 2006 a direção criativa da ópera Kseni de Jocy de Oliveira. A convite do Museu de Arte Brasileira concebe o espaço cenográfico da exposições GRAN SERA e PERCURSOS.
Expõe no MON – Museu Oscar Niemeyer – em Curitiba a instalação REVOLVER em maio de 2007. Sua obra integra em outubro de 2007 a exposição Design Brasileiro – Uma mudança do olhar realizada no Palácio do Itamaraty. Em 2007 assume a direção criativa da NUTRISPORT. Participa em novembro de 2007 da mostra Moradias Transitórias no Museu Nacional com a obra Paisagem Urbana. Ainda em novembro de 2007 integra a Mostra SESC de Artes Circulações – Molina Remix com a instalação O que os olhos não vêem. Em 2008 é convidado para participar do Festival Bienal de Artes da Nova Zelândia com a exposição The Enchanted World of Jum Nakao na celebração de aniversário do The New Dowse Museum. Em 2008 é selecionado pela curadora do Museu de Arte Contemporânea de Tokyo, Yuko Hasegawa, para integrar a exposição quando vidas se tornam forma: dialogo com o futuro – Brasil-Japão. Expõe em 2008 no Festival della Creatività em Firenze.
Jum realiza diversas palestras e workshops pelo país e no exterior sobre o processo criativo. Em sua produção, Jum Nakao é capaz de conciliar os recursos da tecnologia digital à sofisticação de peças únicas confeccionadas à mão, como o encontro em clima de suspense e contos de fadas, da elaborada moda do século XIX com o universo lúdico dos bonecos playmobil. Como disse um dia Lautréamont, o que depois virou um slogan surrealista, “Belo como o encontro entre uma máquina de costura e um guarda-chuva sobre uma mesa de dissecação”. Dissecando o mundo, Jum Nakao costura o imprevisível.