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o grivo

conta gotas

o grivo   conta gotas

source: nararoesler

Com engenhocas bem‑humoradas e aparentemente precárias, O Grivo pertence ao seleto grupo de artistas sonoro‑ visuais brasileiros, como o coletivo Chelpa Ferro ou Paulo Nenflidio, bem inseridos no contexto das artes plásticas e cujas obras incluem o uso de aparatos inusitados. Diferentemente desses, porém, graças, em parte, à formação musical de seus integrantes, as obras d’O Grivo priorizam a sonoridade: embora o efeito visual esteja longe de ser casual, a imagem é consequência da dimensão musical. Os percursos sonoros que criam são, além de uma nova maneira de ouvir, uma nova maneira de ver os mecanismos de produção do som.

Formado em 1990, o coletivo notabilizou‑se num primeiro momento pelas produções musicais realizadas para outros artistas, como Cao Guimarães, Lucas Bambozzi, Rivane Neuenschwander e Valeska Soares, entre outros. O grande apelo visual de suas instalações, contudo, fez com que a dupla passasse a ser reconhecida pela qualidade plástica, e não apenas sonora, de suas criações, a partir principalmente da exposição Antarctica artes com a folha (1996).

Nelson Soares e Marcos Moreira compõem O Grivo. Nasceram em Belo Horizonte, onde vivem e trabalham. Participaram da 28ª Bienal de São Paulo (2008) e da 8ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2008), ambas no Brasil. Entre seus principais trabalhos (que envolvem principalmente concertos e instalações) e mostras estão: Reinventando o mundo (Museu Vale, Vila Velha, Brasil, 2013); Artefatos de som (Oi Futuro, Belo Horizonte, Brasil, 2013); Estación experimental (Universidad Laboral, Gijón, Espanha, 2012); O Grivo (Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil, 2010); O Grivo (Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil, 2009); e It’s raining out there (South London Gallery, Londres, Inglaterra, 2008).
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source: ogrivo

Em fins de 1990 O Grivo realizou seu primeiro concerto em Belo Horizonte, iniciando suas pesquisas
no campo da “Música Nova”. Interessado na expansão do seu universo sonoro e na descoberta de
maneiras diferentes de organizar suas improvisações, o grupo vem desenvolvendo sua linguagem
musical. Em função da busca por “novos” sons e por possibilidades diferentes de orquestração e
montagem, O Grivo trabalha com a pesquisa de fontes sonoras acústicas e eletrônicas, com a
construção de “máquinas e mecanismos sonoros”, e com a utilização, não convencional, de instrumentos
musicais tradicionais.

Em consequência desta pesquisa, que leva ao contato com os objetos e materiais mais diversos,
cresce a importância das informações visuais e da sua organização nas montagens do grupo. A isto se
soma um diálogo, também ininterrupto, com o cinema, vídeo, teatro e a dança. Nas instalações /
concertos o espaço de fronteira e interseção entre as informações visuais e sonoras é o lugar onde
se constrói nossa experiência com conceitos como textura, organização espacial, sobreposição,
perspectiva, densidade, velocidade, repetição, fragmentação, etc.

A proposição de um estado de curiosidade e disposição contemplativa para a escuta e a discussão das
relações dos sons com o espaço são as idéias principais sobre as quais se apóiam os trabalhos do grupo.