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RICARDO RENDÓN

TODO ES VACÍO

source: arroniz-arte

¿En qué momento sucede la obra? Para Rendón, es preciso reflexionar sobre el proceso de su realización y en los recursos para su justa presentación. Todo es Vacío se presenta dentro de la Sala de Proyectos de Arróniz como un ejercicio de reflexión en torno al hacer y al momento de creación, mediante la intervención del espacio y la presentación de obra consistente en materiales modificados que denoten la acumulación de tiempos de ejecución.
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source: zippergaleria

Há cerca de 500 anos artistas como Leonardo da Vinci reivindicaram a diferenciação entre o trabalho do artesão e aquele do artista. O do artista, diziam os emancipadores renascentistas, faziam cosa mentale, algo que incluía um aspecto intelectual para além da manufatura. De lá para cá, o objeto de arte foi se desmaterializando até que no final dos anos 1960 os “Parágrafos sobre arte conceitual” de Sol Lewitt afirmaram que “o conceito é o aspecto mais importante da obra (…) e a execução é um assunto perfunctório. (…) Os passos que mostram o processo de pensamento do artista às vezes são mais interessantes do que o produto final.”
Ricardo Rendón propõe em seus trabalhos um renascimento às avessas, que enfatiza o trabalho manual, e que expõe a face trabalhadora da arte conceitual, aquela que valoriza o processo, a singularidade de cada gesto, o que, como aprendemos com Sísifo, é uma atitude redentora. Rendón assim, junta-se a uma vertente de artistas latino americanos como Hélio Oiticica que praticaram um “conceitualismo cordial”, na feliz expressão de Marcelo Campos: cosa mentale, sem dúvida, mas suavizada pelo apreço pelos materiais banais.
Os trabalhos obsessivos em que Rendón perfura uma superfície de feltro, cartão ou gesso, baseiam-se numa ideia de procedimento repetitivo que não é estranho à arte conceitual. Mas não basta a este artista mexicano oferecer o script, o algoritmo que define as repetições a serem executadas: é preciso apresentar o objeto, é preciso espalhar no chão os restos do processo repetitivo de perfurar o feltro industrial, exibindo assim uma dimensão do objeto chamada tempo, mesmo que o que sobre da obra seja muito mais um vazio do que efetivamente matéria, um vazio que aponta para a ideia de corrosão, desgaste, sumiço, desmaterialização feita pela divisão em pequenas partes.
A herança conceitual dessa desmaterialização cheia de rastros é explícita na proximidade da produção de Rendón com a obra de Robert Morris dos anos 1970, também feita com restos de feltro industrial. É de Morris uma caixa de madeira que esconde em seu interior um gravador que toca uma fita contendo o som da feitura da caixa, e que conversa lindamente com as caixas de papelão carcomidas pelo trabalho obsessivo de perfuração desse Sísifo mexicano. Em Rendón, o prazer pela manufatura e a artesania se impõem sobre a frieza da automação industrial, como se cada rodela de cartão ou feltro caída no chão fosse um registro do transcorrido, e de “tudo pelo que passou” aquele objeto remanescente. Cada rodela é um minuto.
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source: arte-surorg

Born in 1970 in Mexico City, Mexico.
Lives and works in Mexico City, Mexico.

Gathering different materials and including multiple formal solutions, the works of Ricardo Rendón act as a complex diary where the actions are registered, documented and accumulated. In this sense, a sheet of paper, a wood board or the exhibition space is transformed into a setting determined by the creative experience, an ambient where the work is presented as a fact and evidence of the creative execution.

The works of Ricardo Rendón are an appendix of construction or destruction practices that enunciate the moment where things happened, forms that propose the action as leitmotiv. (David Miranda Museo Experimental El ECO, 2007).

Rendón has participated in exhibitions at the Reina Sofía Museum, the Künstlerhaus Bethanien, Videobrasil, Videolisboa, the UCSD University Art Gallery, the Museo Experimental El Eco, the Museo Tamayo, the Museo de Arte Carrillo Gil, the Museo Universitario de Arte Contemporaneo MUAC and the Museo de Arte Moderno in Mexico City.

Ricardo Rendón has achieved international awards and recognitions, his works have been exhibited in the most important contemporary art forums and belong to contemporary art collections like Cisneros Fontanals Art Foundation CIFO – Miami, the Museo Universitario de Arte Contemporaneo MUAC, The Jumex and Coppel Collections – Mexico, The Bank of America – USA and Fondation Daniel Langlois – Quebec. He is member of the Sistema Nacional de Creadores CONACULTA-FONCA.